Política Titulo Apuração em curso
Ex-diretor evita acareação na CPI da OAS em São Bernardo

Carlos Henrique Barbosa Lemos argumenta que convocação foi em cima da hora; bloco reconvoca ex-funcionário para sessão na quarta-feira

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
28/05/2021 | 20:02
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Divulgação


Ex-diretor da OAS, Carlos Henrique Barbosa Lemos não compareceu à acareação convocada pela CPI da OAS instalada na Câmara de São Bernardo. O ex-funcionário argumentou que a convocação para nova oitiva aconteceu em cima da hora e ele já havia firmado outro compromisso.

A CPI havia agendado para ontem, a partir das 17h, depoimentos de Barbosa Lemos, do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e dos ex-diretores José Ricardo Nogueira Breghirolli e Mateus Coutinho. O objetivo era confrontar versões distintas apresentadas por eles a respeito do pagamento de propina para agentes públicos de São Bernardo.

Enquanto Pinheiro, Coutinho e Breghirolli admitiram pagamento de quantias irregulares a funcionários de São Bernardo em troca de obras públicas e apontaram Barbosa Lemos como intermediário dos negócios na cidade, o ex-diretor assegurou que não havia transferência ilícita e que as relações na cidade eram institutcionais.

O advogado de Barbosa Lemos compareceu à sede da Câmara às 16h para entregar documento que dizia que Barbosa Lemos não poderia comparecer à oitiva. A CPI, então, se reuniu em nova sessão e aprovou a reconvocação do ex-funcionário, para quarta-feira, às 15h30, e se apressou em enviar servidores da casa para notificação. Um foi ao escritório do advogado José Roberto Leal de Carvalho e o outro para a residência de Barbosa Lemos, ambos em São Paulo.

O escritório se recusou a receber a notificação sob alegação de encerramento de expediente. Barbosa Lemos também refutou assinar o recebimento da convocação em um primeiro momento. Depois de insistência, consentiu com o chamado.

Presidente da CPI, Mauricio Cardozo (PSDB) alegou que o bloco tem usado o bom-senso. “O Léo pediu que o depoimento fosse semana que vem. Sempre foi solícito e entendemos que poderíamos atender. Assim, transferimos o do Carlos Henrique, para evitar judicialização.”

Integrantes da CPI temem que Barbosa Lemos busque ganhar tempo para ingressar na Justiça para obter um habeas corpus e evite a acareação – ex-diretor financeiro da OAS e também apontado como intermediário dos negócios em São Bernardo, Marcel Vieira recorreu a esse expediente e não foi prestar seu depoimento até agora.

“Esperamos que o Poder Judiciário entende e respeite o Legislativo, sem interferir nas investigações. É de suma importância para a população de São Bernardo essa apuração. Se o Judiciário continuar interferindo, é melhor fechar o Legislativo. Tranca tudo e entrega a chave para o Judiciário. Instaura a ditadura da toga. De que adianta a população gastar milhões para manter o Legislativo que é cerceado no poder de investigação?. Não tem sentido”, reclamou o relator da CPI, Julinho Fuzari (DEM).




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