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Mesmo com a pandemia, equipe da Sabina mantém todos os cuidados aos animais
Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
23/05/2021 | 00:01
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André Henriques/ DGABC


Tuba, Valente, Bira, Buzina e Flor. Carinhosamente esses são alguns nomes que os profissionais da Sabina Escola Parque do Conhecimento, de Santo André, – e muitos deles até escolhidos pela população por meio de votação – deram aos animais que hoje vivem no local. Mas, com a pandemia da Covid-19, indiretamente, essa turminha também passou (e ainda passa) pelo isolamento físico, já que desde o ano passado não recebe as tradicionais visitas de famílias. 

O biólogo e grande amigo dos animais Kauê Souza, 31 anos, conta que os bichos podem sentir falta da interação com as pessoas. 

Segundo ele, durante as visitas são os pinguins os animais que mais interagem com as crianças e demais frequentadores. Os bichos, inclusive, acompanhavam as famílias, são muito curiosos e adoram posar para as fotos nos celulares. “Sabemos que os pinguins ficam à vontade com as pessoas. Quando passa gente aqui, eles olham e ficam curiosos, são expressivos”, comenta Kauê. 

Atualmente, segundo o biólogo, eles recebem as visitas diárias apenas dos profissionais que cuidam dos animais e dos funcionários da área administrativa.

Na Sabina existem 26 pinguins, da espécie pinguim de Magalhães. Dos quais, 25 já são adultos e um é mais jovem. Em outro aquário estão José e Leopoldo, duas cobras da espécie jiboia que fazem companhia uma para a outra. Bem em frente, um tanque oceânico abriga a mais nova moradora: Valente, uma tartaruga-verde marinha (leia mais sobre ela abaixo), um tubarão, batizado como Tuba, uma arraia, chamada de Cláudia, além de três moreias verdes e duas pintadas, duas rêmoras e muitas espécies de outros peixes. Ou seja, cor e vida não faltam. Lembra muito o cenário da animação Procurando Nemo, da Disney.

De acordo com Kauê, os animais que hoje vivem na Sabina vieram de resgates e que por algum motivo de saúde não podem ser devolvidos ao habitat natural. “Eles acabam ficando impossibilitados de retornar para a natureza, então passam a viver em um novo ambiente adaptado para o mundo deles”, conta o biólogo.

‘São oito profissionais, entre veterinários, biólogos e parte técnica, com olhar apurado aos animais. Eles (os bichos) nos conhecem’, conta o biólogo.

ROTINA

E a alimentação dessa grande família animal, como funciona? Diferentemente dos humanos, que precisam comer todos os dias, algumas espécies não são assim. José e Leopoldo, as jiboias, por exemplo, se alimentam a cada 15 dias praticamente, já que o seu metabolismo é mais lento na digestão da comida. Eles comem outros animais, como os insetos.

Tuba, o tubarão, também possui um metabolismo lento, se comparado ao dos seres humanos, mas ele se alimenta de três a quatro vezes na semana, no verão, e até duas vezes por semana no inverno. Na refeição do Tuba estão inclusos moluscos, hortaliças e até algas.

O biólogo ainda lembra que, caso perceba que algum animal não esteja bem, o tratamento pode ser feito no ambiente em que ele já vive, quando sozinho, vai depender de como o bicho se sentir melhor em sua recuperação.

NOVA VIDA. A nova moradora da Sabina não recebeu o nome de Valente por acaso. Valente é uma tartaruga-verde, da espécie Chelonia Mydas, que superou muitas dificuldades até chegar na casa nova, em 2019. Ela foi encontrada no Rio de Janeiro, debilitada e com os olhinhos machucados. Diante disso, perdeu a visão do olho esquerdo. Valente passou pelos cuidados do CTA (serviços em meio ambiente) e pelo Instituto Argonauta e agora vive sob os cuidados da equipe da Sabina. Hoje, como a Valente não pode mais nadar livremente, ela vive em um tanque oceânico com capacidade de 120 mil litros de água salgada ao lado dos amigos Tuba, o tubarão, e da Cláudia, a arraia. A tartaruga-verde habita os oceanos de regiões tropicais e subtropicais ao redor do mundo. É uma das cinco espécies que existem no Brasil – todas ameaçadas de extinção.

Zoo de São Bernardo mantém os cuidados aos 250 animais

Assim como na Sabina, em Santo André, o Zoológico Municipal de São Bernardo, no Parque Estoril, também tem papel fundamental na preservação da fauna e de cuidados com os animais silvestres da região. Mesmo fechado para visitação, só neste ano recebeu 109 animais vítimas do tráfico ou que sofreram maus-tratos, mas boa parte desses bichinhos já voltou para a natureza.</CW><CW-12> 

Durante a pandemia de Covid-19, o zoo manteve os cuidados diários aos 250 animais, de 70 espécies diferentes, mantidos regularmente na área de exposição. 

No último mês, por exemplo, a veterana Dylan, uma jaguatirica de 15 anos, foi submetida a uma série de exames, inclusive de sangue, radiológicos e até endoscopia gástrica.</CW> 

Assim como no caso de Dylan, a equipe mantém normalmente sua rotina de cuidado com os demais bichos acolhidos no equipamento, desde alimentação, manejo e o trabalho de enriquecimento ambiental de condicionamento.

Ainda por conta da pandemia, o zoo de São Bernardo segue fechado ao público.




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