Juliane Duarte foi morta em São Paulo; recursos para grafite foram conseguidos por meio de vaquinha virtual
Foi finalizado na manhã de sexta-feira, em São Bernardo, um grafite com o rosto da policial militar Juliane dos Santos Duarte, que morreu em agosto de 2018, aos 27 anos. A PM estava de folga e visitava amigos na comunidade do Paraisópolis, em São Paulo, quando foi sequestrada em 1° de agosto. Seu corpo foi encontrado no dia 6, no porta-malas de um carro, no Campo Limpo, também na Capital, com três marcas de tiro no corpo.
A irmã de Juliane, a pedagoga Fabiane dos Santos Duarte, 35, foi a idealizadora da homenagem. Ela realizou uma vaquinha on-line para poder comprar as tintas e contratar o artista Anderson Araújo, 39, o Anderson Grafite. A pintura foi feita no muro da EE (Escola Estadual) Jorge Rahme, no Jardim Taboão, em São Bernardo, onde a jovem e os irmãos se formaram. O artista responsável pela obra tem trabalhos consagrados em diversos endereços do Grande ABC, do Brasil e do mundo.
Agora, Fabiane pretende que alguma rua ou praça da cidade seja renomeado com o nome da irmã. A pedagoga chegou a iniciar um diálogo com o ex-presidente da Câmara de São Bernardo, Ramon Ramos (PDT), que morreu em 2019 em um acidente de carro. “Tenho falado com alguns policiais e quero fazer essa outra homenagem para ela”, afirmou.
Anderson Grafite, que é morador da Zona Sul de São Paulo e tem 24 anos de carreira, afirmou que não conhecia a história da policial militar, mas que depois que foi procurado pela sua irmã, enquanto pintava um outro painel também no bairro Taboão, em São Bernardo, se sensibilizou com a história e quis participar da homenagem.
O CASO
Apesar de já terem se passado mais de dois anos da morte de Juliane, ninguém ainda foi condenado pelo crime. O MP (Ministério Público) denunciou sete pessoas por tortura, cárcere privado e homicídio triplamente qualificado e motivo torpe com utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Três pessoas ainda estão foragidas.
Segundo a investigação, Juliane teria entrado em um bar e se identificado como policial após cliente afirmar que seu celular tinha sumido. Criminosos a teriam reconhecido, entrado em luta corporal a ela teria sido atingida com dois disparos da sua própria arma. Segundo testemunhas, após ser atingida, a policial foi levada em um carro por quatro pessoas e só foi encontrada cinco dias depois, já sem vida.
O Diário questionou a SSP (Secretaria da Segurança Pública) sobre previsão de realização de audiência das pessoas que estão presas e são acusadas pelo crime. A pasta informou que os questionamentos deveriam ser direcionados ao TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), que informou apenas que o processo corre sob segredo de Justiça.
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