Nosso País vive momento de intensa crise em várias direções: política, social, ética, econômica e sanitária, para nos limitar às mais graves. Pior, porém, é a divisão na qual estamos imersos, fechando-se cada lado no seu radicalismo. Isso prejudica a sociedade e coloca em risco a esperança de um futuro melhor a curto prazo. A violência da pandemia atinge a sociedade toda, que precisa ter forças para reconstruir o que foi demolido, e planejar dias melhores para todos.
Neste clima, é muito bom termos no Grande ABC um jornal como o Diário do Grande ABC, que comemorou seus 63 nos de existência dia 11 deste mês. Lendo o jornal se pode ouvir as múltiplas vozes e anseios da população. Sua proposta de publicar tudo o que é de interesse dos leitores é vivida como publicar o que visa o ‘bem comum’ dos cidadãos. É um jornal sintonizado com os anseios da sociedade que convergem no desejo de um Brasil mais justo, com vida digna para todos.
Um jornal não só deve dar notícias, informando, mas também ajudar o cidadão a formar juízo crítico sobre a realidade. Sobretudo, defender os interesses legítimos dos moradores da região onde circula e as instituições democráticas. Promover debate de ideias entre seus leitores, sem cair em polêmicas inúteis e sensacionalismo barato, ou ataques pessoais. Creio que o Diário do Grande ABC tem conseguido realizar estes propósitos.
Não é fácil manter a independência frente ao poder econômico, mas é ao vencer este desafio que um jornal mostra seu valor, que está em manter a liberdade de exercer o verdadeiro jornalismo. Creio ser, também, um desafio constante fugir da tentação de se esconder numa neutralidade cômoda. Contudo, a equipe de profissionais que fazem o jornal tem sido valente e articulada.
A informação verdadeira não pode faltar. O que deve prevalecer é a veracidade das notícias. Isso foi provado durante esta pandemia e a crise sanitária na qual estamos mergulhados com seus diversos atores e fatores. Seria pior sem a liberdade da imprensa. A informação verdadeira exige atenção constante e a ida ao local dos fatos.
O papa Francisco, comemorando o 55º Dia Mundial das Comunicações Sociais, em 16 de maio deste ano, escreveu uma mensagem intitulada ‘Vem e verás’, baseada num trecho do Evangelho (cf. Jo 1,46). Ele ressalta a necessidade da veracidade da notícia, a importância de ir às fontes e aos locais dos acontecimentos.
Permitam-me transcrever um trecho desta mensagem, pois a faço minha: “O próprio jornalismo, como exposição da realidade, requer a capacidade de ir aonde mais ninguém vai: mover-se com desejo de ver. Uma curiosidade, uma abertura, uma paixão. Temos que agradecer à coragem e determinação de tantos profissionais (jornalistas, operadores de câmara, editores, cineastas que trabalham muitas vezes sob grandes riscos), se hoje conhecemos, por exemplo, a difícil condição das minorias perseguidas em várias partes do mundo, se muitos abusos e injustiças contra os pobres e contra a criação foram denunciados, se muitas guerras esquecidas foram noticiadas. Seria uma perda não só para a informação, mas também para toda a sociedade e para a democracia, se faltassem estas vozes: um empobrecimento para a nossa humanidade”.
Tenho a satisfação de colocar meu grãozinho de areia nesta bela história dialogando aqui com os estimados leitores que me concedem a honra de sua atenção. Parabéns ao Diário do Grande ABC, parabéns ao Grande ABC por ter o Diário, como é carinhosamente chamado.
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