Setecidades Titulo Pandemia
Estado tem 494 óbitos de Covid a
mais do que o informado pela região

Diferença de mortes entre os sistemas das cidades e da Fundação Seade é de 26,4% em Mauá; divergência nos casos é de 50,7% em Rio Grande

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
14/05/2021 | 22:48
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André Henriques/DGABC


O número de mortes por Covid no Grande ABC pode ser maior do que o que as prefeituras informam diariamente nos boletins epidemiológicos. Na comparação com dados disponibilizados pela Fundação Seade, vinculada à Secretaria de Economia e Planejamento do governo do Estado, a subnotificação chega a 6,3%, ou 494 falecimentos a menos. De acordo com dados de ontem, os municípios informaram 7.351 mortes, contra 7.845 da plataforma estadual. Já em relação aos pacientes infectados, as cidades registraram número maior do que o do Estado, 185.068 contra 176.338, diferença de 5%.

De acordo com o Estado e com as prefeituras, a diferença acontece porque as vigilâncias municipais têm a responsabilidade de investigar cada caso, diferentemente do governo estadual, que lança os registros que recebem e qualifica o material para evitar duplicação de dados, no caso de um morador de uma cidade ter o diagnóstico confirmado ou morrer em outro município.

“O novo coronavírus é de notificação compulsória, portanto, os municípios, responsáveis pela vigilância e investigações dos casos, obrigatoriamente devem notificar nos sistema oficiais do Ministério da Saúde (e-SUS e Sivep) todos os casos e óbitos. A diferença constatada pode ocorrer porque a equipe da vigilância epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde realiza trabalho de qualificação dos dados, com unificação de registros, a fim de evitar duplicidades relacionadas a uma mesma pessoa nas bases de dados dos sistemas oficiais. A distinção também pode estar relacionada à metodologia de análise”, explicou, por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde.

As prefeituras também ressaltam que a informação coletada pelos municípios pode demorar para chegar à plataforma do Estado. “Pode haver assincronia no processo de integração dos dados, a depender do observador ser local, regional, estadual e nacional. É natural que uma determinada posição visualizada a partir dos dados do município só venha a ser vista pelo nível estadual ou nacional algum tempo depois”, argumenta a Prefeitura de Diadema. “Cabe aos municípios o serviço de investigação dos óbitos de residentes no município, bem como as notificações de casos confirmados de munícipes em outras cidades”, acrescentou o Paço de São Bernardo.

Chama atenção na comparação dos dados dos sistemas municipais e estadual o número de mortes registrado em Mauá. De acordo com a Fundação Seade, foram 1.228 mortes na cidade e o boletim da Prefeitura reconhece 907, diferença de 26,1%. Já em Rio Grande da Serra ocorre o contrário, com 83 mortes informadas pela administração e 63 cadastradas pelo Estado.

Em relação aos casos, Rio Grande da Serra também tem a maior divergência. A Prefeitura informa 2.744 diagnósticos positivos e o Estado registra 1.816. Em São Caetano acontece o oposto, com 14.973 contaminados, segundo o Estado, e 11.283 de acordo com a Prefeitura – veja na tabela ao lado os dados de cada município.




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