Inexplicável. Só mesmo esta palavra para definir a decisão da Câmara de São Caetano de rejeitar a convocação da presidente da FUABC (Fundação do ABC), Adriana Berringer Stephan, para tentar esclarecer, se é que conseguiria, a misteriosa inclusão em lista de vacinação contra a Covid-19 de profissionais da instituição que não fazem parte dos grupos prioritários, como advogados. Pior do que lavar as mãos com relação a assunto grave e delicado, porque se trata de ajudar pessoas ligadas à dirigente a furar a fila da imunização, são as alegações para blindar Adriana.
É de se lamentar, sobretudo, que parlamentares do município, que, aliás, indicou a atual dirigente da entidade regional, tenham o entendimento de que não é necessário investigar porque este Diário já tem acompanhado par e passo esse fura-fila da imunização. Ou então alegar que os colegas de vereança da vizinha Santo André já cobram da FUABC, por meio de requerimento, esclarecimentos do que se pode chamar de escândalo das vacinas.
A maioria da população sabe, e os vereadores, principalmente, deveriam ter consciência de que são eleitos para ser os olhos do povo em todos os assuntos que se referem à administração pública. Ou seja, devem, entre outras obrigações, cuidar para que o dinheiro pago pelo contribuinte realmente volte em forma de bons serviços. No caso em tela, os recursos investidos na compra dos imunizantes contra a Covid-19 são oriundos de impostos e taxas – e de outros tributos – pagos pelos brasileiros.
Portanto, os parlamentares de São Caetano – mantenedora da FUABC junto com Santo André e São Bernardo – têm o dever e a obrigação de colocar o fura-fila da vacina em pratos limpos. Não podem simplesmente sentar em suas cadeiras estofadas, cruzar os braços e esperar que outrem faça o que deveriam fazer. Por mais que confiem na direção da instituição, que tem histórico de bons serviços prestados ao Grande ABC, não têm o direito de deixar a população sem resposta.
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