Famílias organizadas pelo MLB (Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas) e o Movimento de Mulheres Olga Benario, realizaram, na tarde desta quinta-feira (22), ato contra o leilão que ameaça a remoção de duas ocupações localizadas no mesmo terreno: a Ocupação Manoel Aleixo, que constrói hoje moradia para mais de 40 famílias e a Casa de Referência para Mulheres Helenira Preta, que há mais de quatro anos atende centenas de mulheres vítimas de violência, ambas em Mauá.
Segundo a entidade, além da organização popular e do exemplo de luta por moradia e pela vida das mulheres, as ocupações "cumprem ainda um papel fundamental na cidade de Mauá com a construção das brigadas de solidariedade", que desde o inicio da pandemia tem ido aos bairros e favelas prestar solidariedade com a entrega de cestas básicas arrecadadas pelos movimentos, apoio no cadastro da famílias para o recebimento do auxílio emergencial e dialogando com a população desempregada.
O ato teve concentração em frente as ocupações e caminhou com centenas de pessoas entre famílias organizadas, apoiadores e militantes de diversos movimentos sociais e partidos políticos até o paço municipal, onde uma comissão foi recebida por vereadores da cidade, que firmaram o compromisso de iniciarem o processo para abertura de uma audiência pública sobre o tema já na próxima terça-feira (27).
Os movimentos também reivindicaram a instauração de uma CPI sobre o leilão, para investigar cerca de R$ 4 milhões que a Prefeitura teria gastado em processo de desapropriação que não se efetivou. Em resposta ao pedido de abertura de uma CPI, os vereadores presentes apresentaram a necessidade do apoio de mais da metade dos vereadores da casa e, portanto, essa será uma das propostas apresentada pelos movimentos durante a audiência.
Durante a conversa com a comissão, os vereadores se comprometeram ainda em abrir o diálogo com o prefeito Marcelo Oliveira (PT) para que os movimentos possam apresentar suas principais propostas e exigirem a continuidade do funcionamento da Casa Helenira Preta e a moradia digna para as mais 40 famílias da Ocupação Manoel Aleixo.
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