Especialistas explicam que é necessária a cobertura completa para produção de anticorpos, que protegem o organismo da Covid-19
Quatro das sete cidades do Grande ABC registram 5,7% de ausência para aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid. Desde que a região iniciou a campanha, dia 19 de janeiro, Santo André, São Bernardo, São Caetano e Ribeirão Pires vacinaram 249.862 pessoas com a primeira dose e, dessas, 14.250 não retornaram para finalizar o processo.
A situação mais complicada é em Santo André, onde 10% das pessoas não voltaram para tomar a segunda dose, o que equivale a 10.325 pessoas dos 103.257 andreenses que receberam o primeiro imunizante.
São Bernardo, que já aplicou 96.775 primeiras doses, registrou 2% de ausência no retorno dos moradores, o equivalente a 1.935 pessoas. Já São Caetano (34.780 vacinas) teve 5% de falta, cerca de 1.644 moradores. Por fim, Ribeirão Pires (15.050) teve 1,67% de não comparecimento para finalização do processo (251 pessoas).
Diadema não informou quantos munícipes estão atrasados com a segunda dose. A Prefeitura destacou, porém, que cerca de 8.000 pessoas ainda não finalizaram a imunização, mas parte delas ainda aguarda a liberação da faixa etária. As outras cidades não retornaram até o fechamento desta edição.
Gestora do curso de biomedicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Adriana de Brito avalia que o corpo é capaz de produzir anticorpos já com primeira dose da vacina, entretanto, a falta do complemento representa diminuição na defesa contra a infecção. “A segunda dose tem a finalidade de reforçar as defesas imunológicas. Além disso, há aumento significativo na quantidade de anticorpos produzidos a partir da segunda dose”, explicou a professora, reforçando que a recomendação para aqueles que perderam a data é toma-la assim que possível. “Importante ressaltar que mesmo quem já contraiu a Covid deve se vacinar”, pontuou Adriana.
Diretor do Hospital Santa Ana, em São Caetano, Paulo Rezende explica que as duas vacinas (Coronavac e Oxford) precisam da segunda dose para se obter melhor resposta imunológica. “Se atrasar não perde a eficácia da vacinação, mas foge da resposta adequada”, explica, reforçando que, embora possa tomar a dose depois dos dias indicados (21 a 28 dias para o imunizante chinês e 90 para inglesa), o ideal é respeitar o que propõe o laboratório. “Salvo se a pessoa estiver doente, com estado febril, ou pegar Covid no período entra as doses, aí tem de esperar 30 dias para tomar a segunda dose”, pontuou Rezende.
Professora responsável pela disciplina de saúde coletiva da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Vânia Barbosa do Nascimento critica a falta de campanha para que as pessoas se conscientizem da importância de receber o imunizante em duas etapas. “Não tem problema atrasar um mês, mas o importante é que não deixe de tomar as duas doses. O governo falha em coordenação nacional, que é quem deveria fazer esse alerta à população”, criticou.
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