Doze pessoas, possivelmente estrangeiros, foram encontradas decapitadas após um ataque reivindicado pelo Estado Islâmico na cidade moçambicana de Palma, perto de projetos de gás natural no valor de US$ 60 bilhões. A informação foi dada pelo chefe da polícia local, Pedro Silva, à estação de TV estatal TVM. O comandante disse a jornalistas que visitavam a cidade que não tinha certeza da nacionalidade das 12 pessoas, mas acreditava que eram estrangeiras "porque eram brancas".
"Eles foram amarrados e decapitados aqui", disse ele em vídeo transmitido na quarta-feira, 7, enquanto apontava para a terra revirada onde os corpos foram enterrados. A notícia chega no momento em que presidentes de países da região estavam reunidos para discutir uma resposta à insurgência em Moçambique. Os líderes de Botswana, Malavi, África do Sul e Zimbábue expressaram preocupação com a violência extremista e disseram que vão considerar "uma resposta regional proporcional" em outra reunião em três semanas.
Insurgentes ligados ao EI têm estado cada vez mais ativos desde 2017 na Província de Cabo Delgado, onde fica Palma. A empresa francesa Total retirou todos os seus funcionários de sua unidade em Afungi, nas imediações de Palma, após notícias de que os militantes se aproximavam, mas o Exército disse que a cidade foi retomada e está segura. Mais de cem insurgentes lançaram vários ataques e tomaram o controle da cidade estratégica por dez dias.
Pelo menos 50 pessoas foram mortas, incluindo as decapitadas, no ataque dos rebeldes a Palma. Outras milhares fugiram da cidade portuária, que tinha mais de 70 mil residentes antes do ataque.
A TVM divulgou imagens do lado de fora do Hotel Amarula, em Palma, onde um grande grupo, que incluía estrangeiros e moradores, foi mantido refém por insurgentes nos dias seguintes ao primeiro ataque.
Segundo testemunhas, o grupo que se refugiou no Hotel Amarula tentou escapar em um comboio de carros, em 26 de março, mas foi emboscado do lado de fora dos portões. Sete pessoas foram mortas, entre elas um britânico e um sul-africano, cujos corpos já foram retirados da cidade.
O presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, sob pressão para aceitar ajuda internacional no combate à insurgência, disse que Moçambique resolverá alguns aspectos do problema sozinho por questão de soberania.
Ele assegurou que o controle da cidade foi retomado. Mais de 2.600 pessoas foram mortas e 670 mil deslocadas desde o início da insurgência rebelde, em 2017, criando uma enorme crise humanitária, segundo agências da ONU. (Com agências internacionais).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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