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Câmara de Mauá prepara CPI da iluminação e testa a base de Marcelo

Idealizado por parlamentar da bancada de oposição, iniciativa explícita novo episódio da relação conturbada entre Paço de Mauá e Legislativo

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
04/04/2021 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


A Câmara de Mauá, presidida por Zé Carlos Nova Era (PL), incluiu na ordem do dia de terça-feira requerimento do oposicionista Sargento Simões (Podemos) que propõe a instauração de CPI da iluminação pública. O resultado da votação deve dar o tom sobre o andamento da relação entre o Legislativo e o governo do prefeito Marcelo Oliveira (PT). 

A ideia, segundo Simões, é a de investigar falhas na iluminação pública da cidade, hoje sob gestão do Consórcio Mauá Luz, formado pelas empresas Brasiluz Eletrificação e Eletrônica Ltda, FM Rodrigues & Cia Ltda e Conasa (Companhia Nacional de Saneamento S/A). “Nós apresentamos requerimento para abrir uma CPI para apurar essas irregularidades dessa empresa chamada ‘Mauá escuridão’. Eu entendo que, quando a empresa se propõe a realizar o serviço, precisa prestá-lo com qualidade. Não é o que está acontecendo. O povo paga sua contribuição de iluminação pública e o serviço é muito ruim, tenho ouvido diversas reclamações”, frisou Simões, em vídeo publicado nas redes sociais. 

Desde o início do mandato, o governo Marcelo enfrenta frequentes derrotas na Câmara em iniciativas lideradas pelo chamado G-14, grupo de parlamentares que se autodenominam independentes e que, inclusive, impôs derrota ao petista na eleição da mesa diretora, no começo do ano. 

Nos últimos meses, o Paço mauaense engoliu à seco o congelamento total do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) depois de o grupo de parlamentares costurar emenda ao projeto do governo que pretendia corrigir o tributo de acordo com o índice da inflação. 

O episódio mais recente envolvendo a conturbada relação entre o governo Marcelo e o Legislativo ocorreu semanas atrás, quando o prefeito desmarcou reunião que teria com vereadores para tratar de ações de enfrentamento da pandemia de Covid-19 e do processo de vacinação. O encontro acabou ocorrendo na semana passada, embora o próprio presidente da casa não tenha escondido o descontentamento com o prefeito. “Cerca de meia hora antes do encontro, a assessoria do prefeito desmarcou a reunião. Mesmo assim, nós vereadores fomos até a Prefeitura e entregamos ofício”, publicou Nova Era, na ocasião.

O vereador petista Júnior Getúlio considera, por outro lado, que o requerimento não deve prosperar na casa. “Acredito que não terá andamento, e a maioria será contra. Primeiro porque não é momento de criar situação dentro do cenário de desastre da pandemia. Momento é delicado, de união. E, nesta discussão (objeto da CPI), Marcelo assumiu faz pouco tempo, e governo tem enxugado, reduzido gastos, até com pessoal, revisado contratos. É importante dar tempo ao tempo. Prioridade agora é salvar vidas”, defende.




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