Setecidades Titulo Mesmo com restrições
Taxa de isolamento não registra aumento na região

Em São Caetano, índice teve recuo; para especialistas, população precisa cooperar

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
23/03/2021 | 00:01
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Mesmo com o endurecimento das regras do Plano São Paulo, que está em fase emergencial até o dia 30, o Grande ABC não registrou aumento esperado pelas autoridades no índice de isolamento. Na comparação da semana passada com os sete dias anteriores, houve acréscimo de pouco mais de meio ponto percentual: de 41,5% da população isolada (1,158 milhão de pessoas) no dia 8 para 42,1% (1,182 milhão). No domingo, a população isolada chegou à média de 50,7% (1,424 milhão).

Em São Caetano, por exemplo, ocorreu diminuição do índice de isolamento em quatro dos sete dias da semana passada e nos outros três o indicador permaneceu o mesmo – veja na tabela dados divulgados pelo governo do Estado com base nos sinais de celulares.

De acordo com o infectologista e diretor do Hospital Santa Clara, Paulo Rezende, a fase mais restritiva se demonstra insuficiente, já que a pandemia está fora de controle. “Os números que seriam eficazes para diminuir a taxa de progressão seriam 70%, aceitando como satisfatórios 60% da população aderindo. Números difíceis de serem alcançados com o boicote observado mesmo diante das evidências de que esta medida é urgente e necessária para diminuir a circulação do vírus”, afirmou.

Para o consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) Marcelo Daher, é importante destacar que o monitoramento de isolamento pode ter falhas, já que tem como base as redes de celulares, porém, “de qualquer maneira quanto maior a taxa de isolamento, é possível diminuir a transmissão de maneira mais rápida. Quanto menos pessoas circularem, vamos conseguir controlar o vírus mais rápido. Medidas como o ockdown reduziriam a taxa de transmissão e dariam respiro para todo o sistema de saúde. Seria medida para salvar vidas”, afirmou.

A antecipação dos feriados, conforme adotado pelos prefeitos do Grande ABC (leia mais acima), pode ajudar a melhorar a situação, mas, segundo especialistas, isso deve depender do comportamento da população. “Imagina se todo mundo resolve ir em ônibus ou carros fechados, lotando estradas para cidades do Interior ou do Litoral, amontoados em apartamentos pequenos”, disse Rezende, indicando que se isso acontecer, a medida não deve funcionar. 

“As pessoas estão cansadas e não estão colaborando. Muitos que estão trabalhando, até mesmo na rua, não percebem a gravidade da situação que estamos enfrentando. Infelizmente, isso só acontece quando alguém próximo é acometido da doença. A situação é complicada”, afirmou Daher. “É neste momento que vemos que falta unidade nacional, com um governo que pudesse unir a todos nesta causa”, finalizou. 




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