Na semana passada, governo federal liberou R$ 7,7 milhões para auxiliar três municípios
No momento mais letal da pandemia no Grande ABC, a União autorizou o repasse mensal de mais R$ 960 mil para que duas cidades da região financiem leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para pacientes com Covid-19. Ontem, o governo federal publicou que enviará os recursos a Santo André e Mauá.
Na semana passada, o Ministério da Saúde, ainda sob o comando de Eduardo Pazuello, liberou R$ 7,7 milhões destinados ao custeio de UTIs em Santo André, São Bernardo e São Caetano. A nova autorização segue deixando de fora cidades que já registraram mortes de pacientes com Covid que estavam à espera de leitos em UTI, casos de Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
Em Santo André, a verba, cuja autorização foi publicada ontem no Diário Oficial da União, será destinada ao CHM (Centro Hospitalar Municipal), enquanto que os recursos para Mauá financiarão leitos no Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini, principal equipamento para atendimento de pacientes com Covid na cidade – a unidade também recebe moradores das vizinhas Ribeirão e Rio Grande. Cada cidade receberá, por mês, R$ 480 mil.
Os repasses vêm no período em que o Grande ABC bate recordes no número de mortes diárias causadas pela Covid – foram 47 ontem – e em meio ao registro de óbitos de pacientes à espera de leitos. Para tentar frear o avanço da contaminação na região, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC recomendou ao governo do Estado a decretação de lockdown na Região Metropolitana. A avaliação é a de que a medida “teria impacto limitado” caso seja adotada isoladamente na região (leia mais na página 1 do caderno Setecidades).
O novo repasse também não contemplou os cerca de R$ 700 mil que Ribeirão Pires diz que aguarda da União. No início da semana, o governo do prefeito Clóvis Volpi (PL) renovou as esperanças para receber a transferência depois de o Ministério da Saúde informar que aguardava apenas a publicação da autorização para efetivar o repasse.
O chefe do Executivo está há semanas alertando sobre a insuficiência financeira da Prefeitura para custear sozinha o hospital de campanha da cidade. “Vou continuar insistindo junto aos governos federal e estadual, mas é um absurdo que esse pessoal sequer conheça a realidade das cidades. Estou contrariado, decepcionado com as ações políticas quando se trata de saúde. Isso é brincadeira”, desabafou Volpi, na semana passada.
Ao todo, a mais recente autorização libera R$ 77,18 milhões a diversos municípios do Estado.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.