Local, que tratava dependentes químicos, não tinha os laudos da vigilância sanitária
A clínica para tratamento de dependentes químicos Esperança e Vida, localizada na Estrada Eduardo Valeriano Nardelli, no bairro Ouro Fino, em Ribeirão Pires, foi fechada pela Prefeitura. O serviço, que era particular, atendia 54 internos e foi interrompido porque o local não tinha alvará de funcionamento emitido pela vigilância sanitária. Parte dos moradores foi transferida para outra instituição, em Suzano, e os demais, todos com mais de 18 anos, saíram pela porta da frente e alguns passaram a morar nas ruas próximas ao local.
Após o fechamento, proprietários de imóveis no entorno da clínica passaram a relatar que nos últimos dias têm sofrido com invasões. Como o local é cercado por chácaras e os donos só aparecem aos fins de semana, os internos pulam o muro para usar o chuveiro e fazer as necessidades, o que gera sensação de insegurança. “Eles pulam o muro e usam os banheiros e chuveiros”, detalha dono de imóvel próximo à clínica, que preferiu não se identificar.
A equipe de reportagem do Diário esteve no imóvel onde funcionava a clínica e encontrou funcionários que estavam no espaço, mas que preferiram não dar entrevistas. Eles confirmaram que a instituição estava fechada e recebendo adaptações internas e externas, como pinturas e instalação de corrimãos, que eram algumas das exigências da vigilância sanitária para a reabertura.
Outro dono de imóvel do entrono, que também preferiu não revelar seu nome por medo de represália, contou que muitos internos ficam perambulando pelo bairro depois do fechamento da unidade, cenário que causa preocupação aos munícipes. “Não é de agora, mas já fui assaltado aqui e reforcei a segurança da minha casa. O bairro já não é seguro. O ideal era acolher também esses rapazes e finalizar o tratamento em outra instituição”, lamenta o morador.
Segundo a Prefeitura, a desapropriação tratou-se de cumprimento de ordem judicial que já corria na Justiça há dois anos. Ainda segundo o Paço, a instituição tinha ciência do caso desde a primeira ação por parte da administração, ocorrida em janeiro deste ano, na qual já havia transferido alguns internos. “Mesmo assim, a instituição deu prosseguimento às atividades e acolheu mais internos para tratamento”, explica a Prefeitura, em nota.
O Diário tentou contato com a coordenadora da instituição, identificada como Fran, mas, em resposta, a funcionária da casa disse que preferia não se pronunciar sobre a situação.
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