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Há 40 anos surgia a expressão “personal computer”; conheça a história do PC
Por Da Redação
Do 33Giga
15/03/2021 | 12:18
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*Por Vivaldo José Breternitz

Em 1975, foi vendido o primeiro microcomputador. Era o Altair, com memória de 256 bytes, fornecido sob a forma de kit a ser montado pelo usuário e custando US$ 391, cerca de US$ 1.900 em valores atuais.

A máquina não tinha monitor de vídeo, teclado, disco de qualquer espécie, nem possibilidade de ser ligada a uma impressora. Era programada através de switches e os resultados do processamento fornecidos por luzes situadas no painel.

O Altair rodava um interpretador Basic escrito por um grupo de visionários, dentre eles, Bill Gates.

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Em 1976, a Apple começou a vender seus micros, ainda sob a forma de kits, mas já com teclado e monitor. Em 1977, essas máquinas começaram a ser vendidas em lojas, não mais apenas diretamente pelos fabricantes. Desse ano até 1981, várias outras empresas começaram a fabricar e vender micros, sendo as mais conhecidas Commodore, Tandy, Osborne, Radio Shack e Texas Instruments. Já nessa época, os fabricantes procuravam produzir máquinas mais potentes, menores e baratas, tendo sido vendidas até o final de 1980, cerca de 720 mil unidades.

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Em 1981, o mundo da informática mudou radicalmente: no dia 12 de agosto a IBM, o maior fabricante de computadores da época, apresentava seu IBM PC (pela primeira vez a expressão Personal Computer era utilizada): 64 kilobytes de memória, monitor em “branco e preto” e um custo de US$ 2.665, cerca de US$ 7.500 atuais.

A IBM até então se concentrava em grandes computadores e já havia feito uma tentativa, sem sucesso, na área dos micros; buscando reverter a situação, passou a procurar um microprocessador que pudesse atender às suas exigências. O escolhido foi o 8088, produzido por uma empresa até então pouco conhecida, a Intel, que no processo venceu a Zilog e a Motorola.

Quanto ao software, a equipe do projeto desejava que, quando houvesse o lançamento da máquina, estivessem disponíveis as linguagens Basic, Cobol (que era à época a linguagem mais utilizada em aplicações empresariais) e Fortran, rodando sob um sistema operacional adequado.

Como os sistemas operacionais disponíveis na IBM não eram adequados ao novo processador, radicalmente diferente dos utilizados até então pelas máquinas produzidas pela empresa, seus profissionais foram buscar soluções entre os jovens que já trabalhavam com micros. Diz a lenda que a solução favorita era o CP/M, que havia sido desenvolvida por Gary Kildall, da Digital Research, que na ocasião perdeu a chance de se tornar bilionário, pois estaria pescando e sua mulher não sabia como encontrá-lo.

O próximo a ser procurado teria sido o jovem Bill Gates, que não dispunha de um sistema operacional adequado ao processador Intel, mas que se dispôs a desenvolvê-lo no prazo desejado, partindo do QDOS. Consta que por ter sido “inspirado” no CP/M, o QDOS foi batizado por seu “criador” Tim Patterson como “Quick and Dirty Operating System” (algo como “Sistema Operacional Rápido e Desonesto”).

De qualquer forma, não eram muito grandes as preocupações com propriedade intelectual na época, ao menos no que se refere a software, tendo Gates adquirido os direitos sobre o QDOS pagando a Patterson, que era um desenvolvedor freelancer, US$ 50 mil, algo como US$ 140 mil hoje. Realmente, esses US$ 50 mil foram um belo investimento, pois desde 1981, boa parte dos PCs e assemelhados rodam software que gera royalties que vão diretamente para os bolsos de Gates.

O sucesso foi imediato: inúmeros outros fabricantes passaram a copiar o IBM PC, que se tornou um padrão, com milhões de máquinas produzidas. Muitos dizem que esse “velhinho” vai morrer em breve, mas sua capacidade de sobreviver tem sido posta à prova constantemente e ele tem se saído bem, mostrando grande capacidade de adaptação às novas condições ditadas pelo mercado.

Mas o futuro começa amanhã, trazendo a pergunta: como será o PC do futuro? Novos recursos tecnológicos surgem constantemente e tornam qualquer especulação pura leviandade. Seria interessante pesquisar quais as previsões que os especialistas fizeram para o futuro dos PCs desde 1981 e compará-las com a realidade.

Poucas coisas podem ser dadas como certas, e uma delas é o que disse Adam Osborne na edição da revista Time de 3 de janeiro de 1983, que anunciou o PC como o “Homem do Ano” de 1982: “o futuro está em projetar e vender computadores com características tais que as pessoas nem percebam que são computadores”.

*Vivaldo José Breternitz é Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.




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