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Preço dos alimentos varia até 200% no Grande ABC
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
23/07/2010 | 07:20
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Pesquisar os preços na hora de encher o carrinho nos hiper e supermercados faz uma grande diferença no bolso do consumidor do Grande ABC. O preço de uma latinha de atum chega a variar 200% de um estabelecimento para outro, segundo o levantamento semanal realizado pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André).

Dentre os 34 itens que compõem a cesta básica, o pão francês é o grande vilão, com variação de 93,33% de um supermercado para outro - a unidade passa de R$ 0,15 para R$ 0,29.

Na sequencia está a bolacha salgada, com diferença de 68,37% entre o mercado mais caro e o mais barato. O feijão atinge variação de 68,12% e o arroz, de 23,70%.

O engenheiro agrônomo da Craisa Fábio Vezzá De Benedetto explica que as variações de preços desta semana se devem pela competitividade entre os hiper e supermercados por problemas agrícolas, como a safra.

Isso mostra que cada mercado estabelece os preços conforme seu público alvo. "Nas unidades de bairro os preços são sempre menores. A ordem é pesquisar. O único problema é que o consumidor precisa ter tempo e paciência para percorrer vários lugares e adquirir em cada um o produto mais em conta", afirma o engenheiro agrônomo.

Devido às diferenças de preços, o valor da cesta básica na região passou de R$ 346,71 para R$ 341,19 nesta semana - o que aponta economia de R$ 5,52 e queda de 1,59%.

Dos itens que compõem o carrinho de produtos essenciais, 13 apresentaram reajuste, 19 tiveram queda e dois mantiveram os preços na variação semanal.

O valor do feijão continua crescendo, porém com menor aceleração. O preço médio do quilo do grão passou de R$ 3,17 para R$ 3,29 nesta semana, reajuste de 3,79%. Na semana passada o aumento foi de 4,28%.

Outro item importante nas refeições dos brasileiros, o arroz, apresentou queda durante o período. O pacote de cinco quilos passou de R$ 7,89 para R$ 7,67, em média - redução de 2,79%.

Carne bovina, café e açúcar seguem a tendência e ficam mais baratos. O quilo da carne de primeira (coxão mole e corte traseiro) caiu, na média, de R$ 14,74 para R$ 14,27. Já a de segunda (cortes dianteiros) passou de R$ 9 para R$ 8,84, em média.

O pacote de 500 gramas de café e o quilo do açúcar tiveram queda de 10,67% e 2,27%, passando para R$ 4,69 e R$ 1,72, respectivamente.

Clique aqui para vizualizar a tabela completa da Craisa.

Consumidores driblam a alta dos produtos
Os consumidores da região sentem o aumento dos preços apertar nos bolsos. O personal trainer Márcio Doro, 38 anos, notou que de três meses para cá, as compras da semana subiram de R$ 40 para R$ 55. O leite, o frango e o feijão foram os itens que Doro verificou maior reajuste.

A opção para pagar menos pela compra das frutas, verduras e legumes é a feira livre. "Os preços são bem melhores. Hoje, infelizmente, tenho que comprar esses itens no mercado, mas sempre que posso vou para as feiras de rua", acrescenta.

O comerciante João Batista, 45 anos, reduziu o número de itens que colocava no carrinho para não pesar no orçamento. "Com a alta no preço dos produtos básicos tenho deixado de comprar as besteiras, como bolachas, chocolates, danones".

Segundo ele, com a compra do mês de R$ 350 a família precisa se contentar com apenas o básico. "A gente paga a mesma coisa por menos mantimentos. Não tem jeito, tenho o orçamento contado. Faço compras com a calculadora nas mãos. É o que posso gastar."

Pesquisar os preços em vários supermercados é o que tem feito a diretora de escola Gertrudes Bertine, 54 anos. Os itens que mais a preocupam são a carne e os produtos de limpeza. "Os valores variam muito de um supermercado para outro. Como mora sozinha e o meu consumo é baixo, opto por ir a mais de um estabelecimento e comprar os itens em promoção", aconselha.

Refrigerante encarece 4,6% no semestre
O preço médio dos refrigerantes nos super e hipermercados brasileiros subiu 4,6% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado, ao passar de R$ 2,22 para R$ 2,34 o litro.

Os dados são de estudo realizado pela empresa de pesquisa GfK divulgados ontem. A companhia também fez um levantamento do preço dos chás.

No semestre, o litro da bebida cresceu 6%, para R$ 4,02, ante os seis primeiros meses de 2009.

Na comparação de valores entre o refrigerante e o chá, a bebida quente possui preço 58% superior ao do refrigerante.

Considerando os tipos de embalagens, no segmento individual, o valor do chá praticado no mercado é 62% maior, enquanto no segmento família, a diferença é de 52%. (Da AE)




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