Diante da pandemia do novo coronavírus, os prefeitos, Estados e governo federal adotam inúmeras medidas para combater o avanço da doença. A mais recente foi a volta de todo o Estado de São Paulo para a fase vermelha do Plano São Paulo a partir de hoje até o dia 19. Considerados serviços essenciais, educação e atividades religiosas seguem autorizadas a operar durante o período. Toda e qualquer medida é necessária para essa crise. No entanto, a sociedade também precisa ser envolvida nessa discussão. Nós, como representantes do setor de bares e restaurantes, sequer fomos ouvidos uma vez. Fecham os estabelecimentos da nossa base, que trabalham corretamente e cumprem todos os protocolos. Aliás, o nosso setor é o que tem protocolo desde sempre. Os bares e restaurantes, mesmo antes da pandemia, seguiram normas, inclusive da vigilância sanitária.
Mas não somos ouvidos. Um dos grandes problemas apontados pelo avanço da doença pela Covid-19 são as aglomerações. Mas os nossos estabelecimentos não são responsáveis por isso. Só estamos pagando conta indevida. E pior, a situação insustentável está levando ao encerramento de muitas atividades. São tantos os prejuízos. Só para citar mais um: com o abre e fecha das casas, em uma hora permitida e em outra proibida, os empresários são obrigados a jogar fora produtos perecíveis que já estavam programados anteriormente com compra antecipada porque quem trabalha com eventos faz programação prévia. É um absurdo! Além disso, com a situação estão sendo ceifados inúmeros empregos e colocando famílias em desespero, sem ter de onde tirar o sustento.
Mas não somos ouvidos! Queremos e precisamos trabalhar. Como já disse o governador, ‘morto não consome’, pois bem, os desempregados também não. Somos capazes de apontar para os governos o que acontece na nossa base. Só queremos que os governos nos ouçam e trabalhar corretamente. Não somos os culpados pela situação. Bares e restaurantes são locais seguros que atuam com respeito às recomendações sanitárias e de distanciamento, aqueles que porventura não as cumpram devem ser fiscalizados e seus alvarás, cassados. A continuar como está, a mortalidade de bares e restaurantes só tende a aumentar. Já temos inúmeras ações na Justiça contra os decretos. Não obtivemos sucesso em nenhuma, algumas sequer foram julgadas. A queda de faturamento é brutal. O delivery foi a única saída para os estabelecimentos continuarem operando. Na pandemia, a preocupação com a sobrevivência tem levado os empresários à exaustão. Cada medida e a incerteza com o futuro estão levando a desgaste maior ainda. Precisamos ser ouvidos!
Beto Moreira é presidente do Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC).<EM>
PALAVRA DO LEITOR
Multa no lockdown
Reportagem neste Diário diz que o prefeito de São Bernardo autorizou, por meio de decreto e com base no artigo 187 do Código de Trânsito Brasileiro, agentes da Prefeitura a efetuarem multas a condutores de veículos que estiverem circulando no referido município no horário de lockdown, ou seja, das 22h às 4h (Setecidades, dia 3). Diz ainda que as multas estão sendo aplicadas mesmo sem os agentes ouvirem primeiro a explicação dos condutores e que estes deveriam, posteriormente, apresentar recurso de defesa junto ao órgão autuador. Ora, será que o prefeito chegou a tamanho ponto de insensatez, ou seja, multar primeiro para depois ouvir a explicação do contribuinte? Será que ele não sabe que muitos motoristas desconhecem a maneira de como apresentar recurso de autuação, tendo, às vezes, que contratar serviço especializado para tal procedimento? Está parecendo aquela famosa expressão ‘atira primeiro para depois ver se é ladrão’. Ao meu ver, em que pese se tratar de atitude para tentar frear o avanço da pandemia, tais condutas devem se pautar por bom-senso e comedimento.
Uiltom Herédia Fróes
São Bernardo
Censo 2021
Confesso que cheguei a ficar emocionado – e até certo ponto um pouco revoltado – ao ler a reportagem neste Diário dando conta de que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) abre 2.746 vagas na região para o Censo de 2021, que na verdade é de 2020 (Economia, dia 1º). Emocionado ao ler o texto da jornalista Soraia Abreu Pedrozo porque me fez voltar ao passado, mais precisamente em 1960, quando, com 20 anos, fui um dos recenseadores do Censo Demográfico e do Censo Agrícola da década. Dei preferência à pesquisa agrícola também porque ganhava mais. Juntava um monte de formulários em mala, com algumas peças de roupas, e me mandava para o setor rural. Ia e só voltava quando terminava de visitar todas as propriedades agrícolas. Dormia, almoçava e jantava de favores nas casas das famílias recenseadas. Como na época estava desempregado, aquele trabalho chegou em boa hora, pois ganhei boa grana, visto que atuei em outros setores delimitados pelo IBGE. Quanto à minha revolta, é porque acho que sou o único, ou um dos únicos recenseadores de 1960 ainda vivo e, desde 1990, tento, junto ao IBGE, participar desse trabalho censitário, seja saindo às ruas e visitando casas ou mesmo ajudando na divulgação.
Arlindo Ligeirinho Ribeiro
Diadema
Variante
Ando lendo bastante sobre essa variante do novo coronavírus, a P1, registrada em Manaus, no Amazonas. É de se preocupar com essa variante, evidentemente. Mas há uma que causa ainda mais pavor: a B17, que estourou em 2018.
Paulo César Teixeira Ruas
São Bernardo
Não acredito!
UTIs lotadas? Mentira! Propagadores de inverdades, do terror! Larápios do dinheiro público, gananciosos políticos! Servem-se dos humildes, dos desinformados, dos doentes, dos mortos como palanque político. Covardes! Utilizam-se da comunicação para ocultar as verdades para nos induzir a erros ou para nos dar falsa imagem da realidade. Esclareçam à população: qual o número de leitos existente em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) no município? Quantos destes estão destinados aos infectados e quantos estão ocupados? Não existem mais outros doentes com outras comorbidades internados em UTIs? Só Covid? Por que omitem o número de curados e só informam o de contaminados e mortos? Qual a intenção? Por que desfizeram os hospitais de campanha, bilhões de reais, se a pandemia não deixou de existir? Quantos destes leitos foram ocupados na pior crise da pandemia? É mais simples com uma canetada decretar cores, para destruir, pôr no chão, os pagadores de impostos. A ordem é ‘fecha tudo’! Quebradeira, falência geral, desemprego e fome? Não podemos mais nos arcar, curvar, diante destes mentirosos!
Luiz Antonio de Carvalho
São Caetano
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