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Infecção por coronavírus cresce em pacientes mais jovens

Número de casos em pessoas de 18 a 30 anos aumenta em até 19% no Grande ABC

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
04/03/2021 | 00:06
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DGABC


O perfil de infectados pelo novo coronavírus mudou. Ao contrário do que aconteceu na primeira onda, quando pessoas acima dos 60 anos eram as que mais sofriam com a Covid-19, agora pacientes com 18 a 30 anos ocupam fatia importante dos contaminados, representando 19% em algumas cidades do Grande ABC.

A Prefeitura de São Bernardo afirmou que, em 2021, foram 41 casos de Covid em pessoas de 18 a 30 anos. Deste total, nove foram considerados de moderado a grave e 14 precisaram de internação. No fim de 2020, entre outubro e dezembro, foram 34 internações, sendo seis em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). No fim de 2020 foram registrados dois óbitos nesta faixa etária e neste ano já foram três mortes.

Em São Caetano, o número de jovens infectados teve aumento de 19,1% em 2021, totalizando 106 casos entre janeiro e fevereiro, contra 89 de novembro e dezembro. Em 2021 também ocorreu uma morte de um paciente de 27 anos.

A Prefeitura de Diadema informou que 607 pessoas com idade entre 18 e 30 anos foram infectadas em 2021. Desses, 18 chegaram a ser internados, sendo que a metade na UTI. Nos dois últimos meses de 2020, foram 839 infectados e 19 chegaram a ser internados. Neste ano, foram duas mortes por Covid na faixa etária, sendo uma mulher de 30 anos e um homem de 28. Nos dois últimos meses de 2020, também foram duas mortes, sendo uma mulher de 26 e um homem de 22 anos.

Ontem, o coordenador executivo do Centro de Contingência Covid-19 do Estado, João Gabbardo, falou sobre o assunto. “Nós estamos com 7.415 pessoas internadas, um acréscimo de quase 20% em relação ao que nós tivemos no pior momento da pandemia. Esse aumento de número de pessoas internadas é maior do que o aumento de novas internações. Provavelmente porque estamos atendendo e internando pessoas de faixa etária mais baixa e essas pessoas conseguem resistir mais no enfrentamento do vírus e, por consequência, ficam mais tempo internadas. Então, os leitos não estão rodando na mesma velocidade que anteriormente. Isso está ocasionando acúmulo de pacientes, entram novos pacientes, mas não saem na mesma velocidade. E esse movimento que acontece no Brasil inteiro é o que está nos levando para o colapso”, explicou.

“Quem mais circula atualmente é a população mais jovem. Quando se está em um cenário de aumento de casos, isso certamente vai acometer mais essas pessoas. Aqui no Brasil, a situação ainda é mais dramática porque existe o negacionismo de governantes, o que influencia os jovens a se aglomerar em bares e festas”, comentou o infectologista José David Urbaéz, da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).

O arquiteto Gabriel Galera, 26 anos, morador de São Caetano, teve Covid-19 há duas semanas. Ele só sai de casa pontualmente para ir ao trabalho, ao supermercado ou à farmácia. Gabriel não precisou ser internado e teve sintomas leves, mas afirmou que cada vez mais tem impressão de mais conhecidos se infectando.

“Dentro do meu meio tenho a impressão de maior quantidade de pessoas conhecidas se infectando e mais jovens, ao contrário do que acontecia no começo. As pessoas mais velhas tomam mais cuidados, por exemplo, meus pais são dentistas e têm todo um protocolo, inclusive eles não foram infectados. A impressão que dá é a de que muita gente afrouxou os cuidados”, comentou. 




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