Segundo a psicanalista Eliane Lima Guerra Nunes, encarregada do Caps de Santo André, a amostra analisada não indica tendência de comportamento. É uma informação que agora deverá ser acompanhada detalhadamente no dia-a-dia da instituição para se possa constatar se está havendo alteração no tipo de droga de início, como são chamados os primeiros contatos entre os jovens e as drogas. Segundo Eliane, o universo da amostra é restrito, mas serviu como um alerta. A maioria dos casos de jovens usuários de drogas têm no álcool e no tabaco o primeiro contato com drogas.
Uma pesquisa feita pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em 13 capitais e em Brasília revelou que mais da metade dos alunos de escolas do ensino regular consomem bebidas alcoólicas e que 11,7%, em média, fumam cigarro. O contato com as drogas ilícitas, segundo a pesquisa, ocorre com 6,57% dos estudantes de escolas públicas e privadas que participaram da pesquisa.
Segundo a pesquisadora Ana Regina Notto, do Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas), do Departamento de Psicobiologia da Escola Paulista de Medicina, o uso das chamadas drogas lícitas é a porta de entrada para o mundo das drogas na maior parte dos casos. O conselheiro do Conselho Tutelar de Santo André que atende a região da Vila Luzita, Jardim Santo André e adjacências, Orlando Catarino, afirma que são freqüentes os casos de adolescentes que dizem ter tido contato com crack e cocaína antes de qualquer outra droga. E Catarino arrisca um dos motivos para que isso aconteça: “Na periferia, às vezes, é mais fácil achar uma boca de crack do que um boteco.”
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