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Prática que exige muita energia

Parkour ensina a saltar sobre obstáculos, amortecer quedas e a se divertir com o ambiente ao redor

Por Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
14/02/2021 | 00:01
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André Henriques/DGABC


A liberdade para poder explorar o ambiente ao redor e as possibilidades de movimentos a serem realizados chamam a atenção de algumas crianças do Grande ABC e de São Paulo. Elas se reúnem nas manhãs de sábado para aprender técnicas de parkour, modalidade esportiva onde a força do corpo e a agilidade são essenciais para lidar com ‘obstáculos’ que surgem, casos de árvores, muretas, pedras, barras e paredes. A cada semana, as aulas da De À B Escola De Parkour (www.facebook.com/aulasdeparkournoabc), de São Bernardo, são realizadas em parques e praças diferentes da cidade.

Parte dos jovens se empolgou ao ver vídeos da prática no Youtube e procurou por instruções. É o caso de Lorenzo Fischer Reviriego, 11 anos, morador de São Caetano. “Eu gostava muito de ver vídeos de pessoas praticando, além de desde sempre gostar de escalar coisas e correr”, explica, ressaltando que sempre lida com certo medo de se machucar. “(Tenho um pouco) Quando estou em um lugar alto, mas treinamos para evitar movimentos muito bruscos e errar.”

De Santo André, Guilherme, 9, e Cauê Masquete Paruta, 10, revelam que pular bancos de diferentes formas é uma das ações mais legais. “Você aprende movimentos que podem importar muito no futuro. Ajuda, por exemplo, a amortecer a queda caso você for um policial e estiver perseguindo algum bandido”, comenta Guilherme. Segundo Cauê, o maior desafio é aprender o chamado King Kong. “Uma parte que estou aprendendo é a de utilizar as duas mãos para subir nas coisas, só que para finalizar geralmente é preciso passar as pernas entre os braços apoiados. Minhas pernas ainda enroscam.”

Entre técnicas e cálculos para que as movimentações aconteçam, as crianças se mostram muito fãs dos saltos realizados. Os alunos Lucca Gomes de lima, 6, e Bernardo Augusto Buracoski, 5, aproveitam as aulas para tentar chegar na maior distância possível, ainda mais de níveis diferentes de altura. Mateus Yudi Suizo Nincao, 7, começou recentemente e o conjunto de manobras, cambalhotas e chances de ‘subir’ em paredes torna a saída na rua mais divertida.

Os irmãos Tiago, 10, e Lucas Lorenzo, 12, praticam o esporte há dois anos. O primeiro conta que o que mais gosta é a possibilidade de correr certos riscos e por ser uma prática um tanto quanto radical, com o segundo chamando a atenção ao fato de que o parkour o tem ajuda a lidar com o medo de altura no meio da agitação dos encontros ao ar livre. Todos ficam atentos aos ensinamentos do professor, pronto para lidar com a energia do grupo.

Prática francesa estimula o físico e fortalece a mente

A prática do parkour surgiu na década de 1980, na cidade de Paris, na França. Em tradução para o português, o termo quer dizer ‘percurso’. O objetivo é ultrapassar os obstáculos em caminho utilizando apenas sua força física e agilidade. Quanto mais treino, melhor será a habilidade da pessoa em lidar com saltos, agachamentos, rolamentos e pequenas subidas nas paredes.

Especialistas apontam que as ações são recomendadas para crianças a partir de 5 anos. A idade é marcada por estágio no qual há muito interesse pelo ambiente externo, casos de parques, praças e campos abertos, onde a modalidade geralmente acontece, com explorações de ambientes fechados também sendo possível. O contato com professores e instrutores profissionais é essencial.

Entre os movimentos mais comuns, é possível citar os vaults (utilizados para transpor muros de média a baixa altura), os climbs (para escaladas de muros ou outros locais com ações mais acrobáticas) e os saltos/passadas (pulos feitos com precisão com uma das pernas). Tudo acaba se misturando ao longo do chamado flow, como é conhecido o percurso traçado justamente para usar as movimentações diferenciadas.

O contato com o parkour conta com benefícios físicos, a exemplo do desenvolvimento de força, potência e velocidade de reação. Na mente, o controle do medo é um dos pontos mais trabalhados.

Roupas simples e leves ajudam na realização dos movimentos propostos, incluindo calçado confortável. Proteções não são necessárias


É recomendada a realização de um check-up no médico ortopedista antes de iniciar a prática para saber se a pessoa tem alguma lesão

Consultoria de Gregori Marcelino Barbosa, professor de educação física especialista em treinamento esportivo e pilates na saúde e prevenção de lesões e responsável pela De À B Escola De Parkour, de São Bernardo. 




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