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Em casa após receber tiro na boca, jornalista diz que está vivo por um milagre

Daniel Lima afirma que agressão sofrida em pet shop no dia 1º o tornou mais religioso

Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
12/02/2021 | 00:01
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Arquivo pessoal


A vida do jornalista Daniel Lima, 70 anos, nunca mais será a mesma. Ainda debilitado e com dificuldades para falar, ele segue se recuperando em casa após ficar dez dias hospitalizado depois de ser atingido com um tiro na boca no dia 1º deste mês após discussão com o dono do pet shop Dr.Galera, localizado em São Bernardo, quando reclamou dos serviços prestados às suas duas cachorras.

Lima recebeu alta na quarta-feira e agradece por estar vivo. “Não era tão religioso quanto deveria, Jesus Cristo me deu a salvação. Todos os médicos que me atenderam disseram que eu sou um milagre divino”, explicou, ao Diário. “A explosão (pela bala) provocaria danos letais, quando não aniquilantes. Saí praticamente ileso. Choro e agradeço a Deus toda vez que me lembro.”

A bala foi disparada da arma do GCM (Guarda-Civil Municipal) de Indaiatuba, no Interior, Ageu Rosas Galera, 35, marido de Letícia Ramos Galera. Ele segue foragido.
A confusão começou após Lima levar suas cachorras para banho e tosa e elas ficarem por quatro horas esperando pelo serviço, o que era para ter sido feito na metade do tempo. Na hora de buscar as cadelas, a discussão teve início. Segundo o advogado Ayrton Perroni Alba, que faz a defesa de Ageu, o tiro foi acidental.
Ainda segundo a defesa do acusado, Lima teria tentado tirar a arma da cintura de Ageu antes do incidente. “Eles podem dizer o que quiserem. Nem tempo para isso me foi oferecido. Se tivesse sentido a possibilidade de que, ao descer a escada, ele enfiaria a mão no bolso e me atingiria, o máximo que poderia fazer era correr”, afirmou o jornalista.

Sobre o acusado, Lima afirma que já o perdoou e que a Justiça deve cuidar disso. “Acho que somente Deus pode responder a tudo que se referir a ele. Ele acabou abalando minha vida, mas acrescentará sentimentos possivelmente ainda não amadurecidos ou consolidados”, diz.

Lima diz que nas poucas vezes em que se viram, porque era cliente recente do pet shop, chamava Ageu de filho. “Como o faço com jovens que recebo em entrega domiciliar na pandemia. Mas jamais me arrependeria de tê-lo chamado de filho”. “Agora, uma tentativa de homicídio é algo excepcional, inclusive pela característica que me envolveu. Esse caso fortaleceu minha família como algo jamais imaginado. Os amigos de verdade brotaram. Gente com a qual havia muito tempo nem conversava. Deus deve ter compreendido isso tudo e me premiou com nova vida. Agora tenho duas datas de nascimento”, comenta.

O jornalista explica que a cada dia melhora um pouco. “Sou uma espécie de atleta veterano. Faço bicicleta ergométrica e esteira profissional todos os dias. Agora não sei o quanto vou ter de esperar para voltar à ativa”, finaliza o comunicador.  




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