Às vésperas da realização de evento voltado a acionistas e potenciais investidores para falar sobre planos de fortalecer a atuação da companhia, quatro conselheiros da operadora de turismo CVC, de Santo André, renunciaram aos cargos. Com isso, foi convocada assembleia em 11 de março para nomear substitutos.

A gestão dos conselheiros durou dez meses e se deu em momento em que a CVC passou por processo de reestruturação de dívidas e anunciou aumento de capital em mais de R$ 664 milhões. A saída, porém, se dá antes que resultado da investigação de fraude seja anunciado. Além dos problemas contábeis, a companhia enfrenta forte crise causada pela pandemia, que nocauteou o turismo – em 2020, franqueados fecharam as portas e 200 funcionários foram demitidos.

Pelo fato de a empresa não ter explicado os motivos da renúncia, a volatilidade das ações deve aumentar. “É mais um fator que contribui à incerteza em relação aos rumos dos negócios da companhia, que já vem afetada por câmbio, questões contábeis e coronavírus. E o mercado não vê isso com bons olhos”, avalia o economista da Messem Investimentos Gustavo Bertotti. Ontem, a ação caiu 1,01%, aos R$ 19,67. Nos últimos 12 meses, as perdas chegam a 40,27%. O valor de mercado da operadora é de R$ 3,9 bilhões.