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O que Gignac tem a ver com a região?
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
09/02/2021 | 00:01
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Algoz do Palmeiras na semifinal do Mundial de Clubes, domingo, ao marcar o gol de pênalti do Tigres, o atacante francês André-Pierre Christian Gignac, camisa 10 da equipe mexicana, recebeu dicas sobre o Verdão que partiram diretamente do Grande ABC. Isso porque o coordenador geral do São Caetano, Fabinho Félix, foi consultado pelo jogador sobre o que poderia encontrar dos brasileiros. Ambos foram companheiros no Toulouse, da França, durante seis meses da temporada 2007, e mantêm contato pelo WhatsApp. “Mandou mensagem para levantar todas as informações”, revelou o ex-volante durante o Lente Esportiva ABC. “Não precisava nem perguntar”, brincou o cartola do Azulão, que tem grande identificação com o Corinthians, justamente com o maior rival do Palmeiras.

Fabinho é admirador declarado do futebol do francês. No início de 2018, quando ainda era auxiliar técnico de Fábio Carille no Timão, recomendou ao clube da Capital que tentasse tirar Gignac do Tigres para ser a referência ofensiva alvinegra, que acabara de perder Jô para o futebol japonês. Entretanto, a diretoria corintiana nem chegou a fazer proposta por considerar uma negociação fora da realidade financeira. “É um grande jogador. Um doido. Cogitei ele um certo tempo no Corinthians, mas financeiramente foi inviável. Conheço a qualidade do jogador, que a gente chamava de Gitão”, confidenciou o dirigente azulino. “Ele é a cara do Corinthians. É um jogador aguerrido, que joga machucado. Sempre teve o lance de brigar e trazer a torcida. Pessoal tirava o sarro dele e ele já rasgava. É muito competitivo”, disse Fabinho, em entrevista ao site da ESPN.

Após a partida contra o Palmeiras, anteontem, Gignac ainda tirou onda e provocou o adversário ao publicar em seu Twitter a mensagem “Vai Tigres, Vai Corinthians”, deixando em polvorosa a torcida alvinegra, que invadiu as redes sociais do jogador, o chamando de ídolo e pedindo para que venha vestir a camisa e defender o time. Na atual temporada, o francês de 35 anos tem 22 gols em 29 partidas pelo clube mexicano, sem dúvida um dos melhores atacantes que atuam nas Américas. Seja no Timão ou qualquer outro clube, seria um grande reforço. Segundo a imprensa norte-americana, Gignac ganha US$ 4,5 milhões (cerca de R$ 24 milhões) por ano. Quem tem bala para tanto?

CLIMÃO
A coletiva de imprensa organizada na semana passada pelo Santo André no Hospital Brasil para falar sobre os exames médicos dos jogadores teve como pauta central o atraso na entrega do Estádio Bruno Daniel por parte da Prefeitura andreense. Apesar das justificativas do secretário de Esportes e Prática Esportiva Marcelo Chehade, era nítido na expressão dos jogadores, treinador e dirigentes do Ramalhão o descontentamento em saber que o time não poderá jogar em casa nas primeiras partidas como mandante do Paulistão. Pior: a situação pode se estender por toda a primeira fase e, caso consiga vaga na Copa do Brasil (se o Corinthians se classificar à Libertadores), o time ainda terá de fazer sua primeira partida pelo torneio nacional (e, se avançar, possivelmente também a segunda) em outro local. O técnico Paulo Roberto, por exemplo, não fez sequer questão de ser político. Pelo contrário. Admitiu que ter a casa ramalhina à disposição é bastante prejudicial. Além do prejuízo técnico para o Ramalhão, existe também o financeiro. Isso porque o clube, que não paga para jogar no Bruno Daniel, vai ter de arcar com o aluguel de outra praça esportiva, além dos custos normais de jogo. Segundo disse o presidente Sidney Riquetto, no encontro da semana passada, o Estádio 1º de Maio, em São Bernardo, seria a escolha natural do Santo André, em razão da proximidade. Entretanto, a Federação Paulista de Futebol exige local que tenha sala de VAR (árbitro de vídeo) o que, consequentemente, restringe o número de espaços aptos. Sendo assim, o Canindé (já usado no Paulistão de 2020) deve ser o plano A, até porque a Arena Barueri, a preferida de Paulo Roberto, tem valor muito alto.

EXEMPLO
É de tirar o chapéu o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Santo André Futsal, que está prestes a disputar sua primeira Liga Nacional. Em tão pouco tempo de projeto, o time, que iniciou contando com jogadores amadores, hoje já tem atletas com nível de Seleção Brasileira, como Serginho Paulista, mas sem virar as costas para as origens, tanto que manteve os identificados Xaropinho e Mancine. Aliás, a dupla recentemente ganhou novo contrato, foi valorizada e pôde, enfim, deixar de lado a dupla jornada – afinal, além de jogar pela equipe andreense ainda trabalhava numa metalúrgica em Diadema. E em uma grande ação fechada na semana passada, trouxe os influencers Lucaneta e Henry Japa para integrar o elenco, garantindo exposição ao time nas redes sociais de ambos (que, juntos, têm 650 mil seguidores), e ainda contando com o jogo irreverente dos dois, que usam e abusam de dribles. Para quem acha que a chegada deles é única e exclusivamente midiática, o técnico Ivan Gomes mandou aviso sem papas na língua. “Se a gente não tiver bons resultados, será um tiro pela culatra. Não somos um time em busca apenas de divulgação. Eles (Lucaneta e Japa) vêm para compor o elenco. E se a gente não se classificar (aos play-offs da Liga Nacional), se volta contra a gente e vira marketing negativo”, disse o treinador, durante a apresentação do elenco. 




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