Na região, o litro dos combustíveis tem acréscimo de até R$ 0,12, e, o gás de cozinha, de R$ 3; alta puxada por dólar é pauta do governo federal
A Petrobras anunciou que os preços da gasolina, óleo diesel e GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) vão ser reajustados para os distribuidores a partir de hoje. Nos postos de combustível do Grande ABC, o litro da gasolina vai passar a custar na média de R$ 4,62 – porém, já há lugares vendendo o insumo por R$ 5,19 – e o do óleo diesel, cerca de R$ 3,97. O botijão de gás também vai aumentar em até R$ 3, passando a custar aproximadamente R$ 83,64 – da mesma forma, há lugares vendendo por mais de R$ 90.
Foram considerados como base dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) tabulados pelo Diário e estimativas de associações do setor.
Desde o início do ano, a gasolina já subiu 22% e, o diesel, 10,9%. Este é o primeiro aumento do gás. Segundo a Asmirg-BR (Associação Brasileira dos Revendedores de GLP), o valor do botijão de 13 quilos deve subir de R$ 2 a R$ 3.
Em relação aos combustíveis, o presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMR), Wagner de Souza, estima impacto de R$ 0,12 no litro da gasolina e R$ 0,11 no diesel. “E, de acordo com o que acompanhamos no mercado internacional, ainda há espaço para mais aumentos”, afirmou ele, ao pontuar que a alta prejudica as vendas.
“Enquanto não tivermos uma maior abertura no mercado de gás, o preço vai continuar alto”, disse o coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero. “Se o preço do barril de petróleo continuar subindo, o que é uma tendência forte para 2021, uma vez que a economia deve se reaquecer no mundo, nós vamos ter reflexos disso no Brasil. Já o câmbio vai depender muito do ajuste fiscal.” O dólar encerrou ontem cotado a R$ 5,37. E o barril de petróleo Brent superou os US$ 60 na esteira da esperança da recuperação econômica.
A alta de preços vem sendo pauta recorrente do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ontem, ele se reuniu com o ministro da Economia, Paulo Guedes para tratar sobre o assunto. Em entrevista ao apresentador José Luiz Datena na TV Bandeirantes, afirmou que o governo não tem a intenção de diminuir o valor do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) dos Estados. E reforçou que o governo segue focado em encontrar alternativas para o aumento do custo do diesel, reivindicação dos caminhoneiros. “Não estou querendo, nem vou pensar e nem poderia diminuir o valor do ICMS”, disse. Na última sexta-feira, o governo propôs valor fixo do ICMS por litro dos combustíveis e realizar a cobrança do tributo nas refinarias, e não na bomba. A ideia não foi bem recebida por governadores, que temem recuo da arrecadação.
O Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) avaliou que o aumento dos preços dos combustíveis revela falta de estratégia do governo e da Petrobras, ignorando a estrutura de mercado brasileira em relação a outros países. Segundo o instituto, entre as nações com expressiva produção de petróleo, os preços dos combustíveis são reajustados com menor frequência, “porque as empresas estatais administram suas políticas de preços de olho na paridade internacional num longo prazo, e sem trazer a volatilidade para o mercado interno”.
Questionada, a Petrobras informou que os valores praticados têm como referência “os preços de paridade de importação e, dessa maneira, acompanham as variações do valor dos produtos no mercado internacional e da taxa de câmbio, para cima e para baixo”, informou.
(com Estadão Conteúdo)
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