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O que o País deve aprender com a Ford?
Por Do Diário do Grande ABC
20/01/2021 | 23:59
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A saída da Ford do País é fato previamente anunciado. Não há medidas mágicas que permitam atenuar suas consequências. Especialistas se debruçam sobre gráficos que mostram quedas de mercado, custos altos de produção e falta de confiança na economia como os argumentos principais para justificar o fato. E essa é meia verdade.

Destaco duas transformações pelas quais a indústria automobilística está passando: a dúvida crescente das pessoas na necessidade de possuir automóvel e a transformação da unidade de tração do veículo – do combustível fóssil para o renovável. E a decisão da empresa também tem a ver com isso.

As primeiras iniciativas governamentais para lidar com a saída da montadora podem ser consideradas ridículas. Ligar para China e Coreia do Sul oferecendo todo tipo de vantagens e chamar a Ford de aproveitadora é apenas uma mostra de que, para os governantes, o importante é rapidamente achar o culpado. E, se possível, solução paliativa a qualquer custo. Ideias inovadoras, como a de fazer o País protagonista nessa indústria, não aparecem.

No Brasil, o impacto da decisão da Ford é grande porque o País é apenas consumidor de carros, não possuindo indústria própria de automóveis. O empresário Amaral Gurgel tentou criar isso na década de 1960, mas foi golpeado pela própria política nacional na década de 1990.

Os números alcançados pela indústria automobilística são relevantes, ainda mais quando se considera que agrupa cadeia de fornecedores de componentes importante. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), são aproximadamente 27 montadoras e 446 fabricantes de autopeças, que empregam quase 2 milhões de pessoas – e envolvem cerca de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Porém, ela foi implantada com 75% de investimentos estrangeiros e 25% de recursos locais. Trata-se de indústria onde todas as empresas integrantes são subsidiárias de casas matrizes situadas em outros países, que é onde se planeja e se decide como o negócio será operado.

Isso significa que, no Brasil, não se desenvolvem produtos nem sequer componentes de alguma importância. Em termos financeiros, não ficam margens completas sobre os produtos comercializados, nem ganho adicional por novos produtos desenvolvidos, royalties ou outras receitas.

Fazer automóveis próprios seria mudança para melhor no modelo de desenvolvimento econômico de baixo valor agregado atual e reduziria o impacto econômico de situações como a criada pela saída da Ford. Para isso, são necessárias a implementação de políticas industriais adequadas e a competência na sua implementação.

Luis Piemonte é professor e escritor.


PALAVRA DO LEITOR

Ouvidoria
Liguei para a ouvidoria da Secretaria de Saúde de São Bernardo sobre casos de Covid na UBS (Unidade Básica de Saúde) Vila Rosa, na cidade, esperando que tomasse providências de higienização e segurança sanitária. Recebi retorno por e-mail com respostas evasivas sobre assuntos que não relatei quando liguei. Ainda disseram, quando liguei, para ir pessoalmente em endereço na Rua Marechal Deodoro. Então, o telefone da ouvidoria serve para quê? Isso quando atendem. Ainda deram prazo se 60 dias para me manifestar, porque, após esse período, será dado como resolvido.
Keiko Sakata
São Bernardo

Chegou o momento!
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) definiu que é positiva a utilização das vacinas importadas para o combate à pandemia (Setecidades, dia 18). Que o presidente Bolsonaro e sua equipe, começando pelo ministro da Saúde, não coloquem obstáculos e que sejam adotadas as medidas necessárias para a importação e fabricação nos laboratórios brasileiros, com ampla distribuição. A vacinação tem de ser implementada sem debates políticos. E em todo o Brasil. O momento é agora.
Uriel Villas Boas
Santos (SP)

Aglomerações
Moro em Mauá há 26 anos, no Jardim Guapituba, considerado bairro bom, mas só quem mora sabe. De fim de semana e nos períodos da tarde na semana também é comum muita gritaria e algazarra, principalmente na minha rua, a Noêmia Pedroso Bueno, que é sem saída. Já fiz denúncias para a PM (Polícia Militar) e boletins de ocorrência. E já cansei! Estou vendendo minha casa. Achei que com a pandemia iria melhorar, mas não. Não temos ronda nas ruas, a polícia e a Guarda Civil Municipal – quando vêm – só vêm até a padaria e somente na parte da manhã. À tarde, a partir das 15h, quando começam as perturbações – que vão até tarde e só com crianças, sem presença de adultos –, não tem ronda. Já não ligo mais para o 190, não funciona para ronda. Já fiz denúncia até para a corregedoria da PM lá em São Paulo, mas nada. Sem aula está pior. E ainda os pais não querem mandar os filhos para escola. Absurdo!
Paulo Santos
Mauá

Simbólica
A diminuta quantidade de vacinas recebidas pelos Estados e sua aplicação foram palanque para muitos governadores. A pulverização das poucas vacinas disponíveis foi mais ato político que prático. Explico. A distribuição generalizada gera falsa expectativa à população, estratégia dispendiosa e ineficiente devido à vacinação em reduzido número de pessoas em todas as cidades. Mais racional e econômico seria a concentração da vacinação em algumas cidades devido à ínfima disponibilidade de doses. São fatos de políticos impondo visibilidade com muitos dispêndios e pouca praticidade.
Humberto Schuwartz Soares
Vila Velha (ES)

Joe Biden
A Casa Branca, nos Estados Unidos, tem novo morador: Joe Biden, que, ao tomar posse, ontem, como 46º presidente norte-americano, em tom conciliador disse que ‘a democracia prevaleceu’. E enfatizou que ‘o país celebra hoje, não uma pessoa, mas a democracia’, e que vai trabalhar para a difícil tarefa de unir a nação. Diferentemente de seu incendiário antecessor Donald Trump, que dividiu o país e até estimulou invasão inédita e vergonhosa ao Capitólio. Biden deve preocupar o Planalto, já que Jair Bolsonaro, idólatra de Trump, tampouco cumprimentou-o pela vitória nas urnas.
Paulo Panossian
São Carlos (SP) 




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