Juiz manda Dequinha Potência explicar receitas e despesas ocultadas das declarações oficiais
A Justiça Eleitoral de Diadema encontrou falhas na prestação de contas da campanha entregue pelo vereador Dequinha Potência (PSD), eleito no pleito do ano passado para seu primeiro mandato. O juiz José Pedro Rebello Giannini, da 426ª Zona Eleitoral, mandou o parlamentar esclarecer sobre receitas e despesas ocultadas no balancete entregue pelo político.
Relatório preliminar indica série de divergências na prestação de contas da campanha de Dequinha. Uma delas é o fato de o parlamentar ter declarado uma única doação ao seu projeto, no valor de R$ 2.500, oriunda de duas transferências do próprio bolso. A Justiça Eleitoral, porém, quer saber a origem desse recurso, já que Dequinha declarou não ter bens.
O pente-fino da zona eleitoral diademense também identificou que o pessedista não declarou cerca de R$ 2.000 em movimentações financeiras. O montante, embora não tenha sido devidamente comunicado à Justiça Eleitoral, consta em extratos eletrônicos da conta-corrente aberta pela campanha. Também há registros de omissão de despesa, na ordem de R$ 200, com gráfica. “Foram identificadas divergências entre as informações constantes da prestação de contas e aquelas constantes da base de dados da Justiça Eleitoral (...), revelando indícios de omissão ou não comprovação de gastos eleitorais, que podem resultar em extrapolação do limite de gastos e/ou configurar recebimento de recursos de origem não identificada e/ou gasto irregular”, diz trecho do relatório sobre a campanha de Dequinha, que cita ainda existência de três contas eleitorais distintas atribuídas à campanha.
Embora o cruzamento de dados pela Justiça Eleitoral seja corriqueiro no processo de análise das prestações de contas de campanha, o ex-vereador Paulo Bezerra (PSB) entrou com pedido de impugnação dos balancetes entregues pelo parlamentar. O socialista alega que Dequinha infringiu a legislação eleitoral ao omitir diversos gastos da campanha, como despesas com caminhão de som e pessoal que atuou na campanha, e pede explicitamente que o pessedista tenha o diploma cassado. Não reeleito, Bezerra crê no retorno à Câmara por meio de eventual reprocessamento dos votos decorrente da cassação de Dequinha, que é o único vereador eleito pelo PSD e concorreu na chapa que teve Taka Yamauchi como prefeiturável. A Lei de Eleições prevê a cassação do diploma caso seja comprovado que houve captação ou gastos ilícitos de recursos.
Dequinha não atendeu aos contatos do Diário.
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