Um novo edital para a privatização da Cidade da Criança foi lançado pela Prefeitura de São Bernardo. É a segunda vez que o prefeito Orlando Morando tenta repassar o tradicional equipamento de lazer à iniciativa privada. O que chama atenção são os valores incluídos no edital. O documento, que normatiza o processo, desta vez expressa números que representam aproximadamente 50% do preço que estava na primeira versão e dá ao comprador quase o dobro do tempo de exploração.
A discrepância nos dados fica ainda mais chamativa quando se observa que houve um interessado na aquisição do primeiro parque temático do País quando o certame inicial estava em vigência.
Na concorrência inicial, o Paço são-bernardense pedia R$ 33,8 milhões (entre outorgas fixas e variáveis), com prazo de 15 anos. E, nessas condições, a empresa Closer Soluções Empresariais, de São Caetano, fez a proposta vencedora. Sendo R$ 5 milhões de outorga fixa e R$ 28,8 milhões de variável. Mas veio a pandemia do novo coronavírus, o negócio não foi concretizado e acabou escanteado pelo governo tucano.
Agora, Morando e sua equipe retomaram o assunto, mas, ao que tudo indica, com uma espécie de liquidação ou abatimento de preço. O montante pedido pela Cidade da Criança é de R$ 14,7 milhões. E quem der a melhor oferta terá o direito de administrar os 37,7 mil metros quadrados, com todas as suas atrações, por 25 anos.
A justificativa é “dar mais atratividade por parte de empresas, tendo em vista que na licitação anterior teve apenas um interessado, que declinou posteriormente”.
Fundada em outubro de 1968, a Cidade da Criança é importante demais para São Bernardo e para o Grande ABC. Tanto que a ameaça de fechamento, no ano passado, repercutiu muito mal e fez com que o prefeito se movimentasse para impedir o encerramento de atividades.
Privatizar parece ser a melhor saída. Mas é preciso que tenha transparência. A população merece isso.