O papa Bento XVI não pretende buscar um confronto nem fez qualquer acusação contra a China em sua carta ao clero e aos católicos chineses publicada sábado, afirmou neste domingo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.
"Bento XVI não busca um enfrentamento com ninguém e não pronuncia nenhuma acusação, nem no interior nem no exterior da Igreja", afirmou o diretor de imprensa do Vaticano.
"O papa sempre conserva um tom sereno e muito respeitoso, inclusive quando menciona os ataques à liberdade, as atitudes inaceitáveis ou as tensões internas na Igreja", completou o porta-voz do Vaticano, segundo a imprensa italiana.
Lombardi acrescentou que o Sumo Pontífice continua considerando a Igreja como "única", embora esteja "aparentemente dividida".
China e Vaticano romperam relações diplomáticas em 1951, após o reconhecimento de Taiwan por parte da Santa Sé. Os católicos chineses, cujo número, segundo o Vaticano, oscila entre oito e 12 milhões, estão divididos entre uma Igreja "oficial" e uma clandestina, fiel a Roma.
"Embora o caminho para uma normalização das relações entre a Santa Sé e a China não seja tema da carta, é claramente desejável estabelecer um diálogo sobre problemas concretos", explicou o porta-voz.
Na carta publicada sábado, Bento XVI pede às autoridades de Pequim que garantam uma "autêntica liberdade religiosa" aos católicos chineses, um objetivo que, segundo o pontífice, passa entre outras coisas pela liberdade papal na nomeação dos bispos da China.
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