Campanha será primeiro para profissionais de saúde, indígenas, quilombolas e idosos; Santo André apresenta programa de imunização contra a Covid
Na expectativa da aprovação da Coronavac, o que deve acontecer no domingo (leia mais abaixo), o Grande ABC já se prepara para imunizar pelo menos 269.767 de 25 de janeiro até 22 de março. Essa é a fatia da população que faz parte da primeira fase da campanha promovida pelo Estado, que vai contemplar primeiro profissionais da saúde, indígenas e quilombolas e depois idosos de acordo com a faixa etária.
Todas as pessoas que serão imunizadas vão receber duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas. Em todo Estado, serão 9 milhões de pessoas imunizadas apenas nesta primeira fase. O governo do Estado ainda não divulgou o calendário das outras fases, mas já se sabe que crianças e adolescentes não serão contemplados neste momento porque não há testes suficientes da Coronavac nesta faixa etária.
Santo André, que ontem apresentou seu plano de imunização, informou que serão 120 mil pessoas vacinadas nesta primeira fase na cidade. Já em São Bernardo, serão 30 mil munícipes a receberem a imunização e, em São Caetano, 39.814 moradores. A previsão em Diadema é aplicar as doses em 70 mil pessoas. Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra vão vacinar 7.574 e 2.379, respectivamente. Mauá não respondeu a demanda. No total, serão 200 pontos de vacinação espalhados pelo Grande ABC.
Além da campanha promovida pelo Estado, as cidades da região e o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC especulam comprar imunizantes diretamente do Instituto Butantan para beneficiar professores. São Caetano e Ribeirão Pires já manifestaram o desejo oficialmente e ontem foi a vez de Mauá. O prefeito Marcelo Oliveira (PT) esteve ontem na sede do Butantan, em São Paulo, e assinou protocolo de intenção de compra de imunizantes.
INICIATIVA
Ontem, a Prefeitura de Santo André apresentou o seu programa de vacinação, após vistoria realizada na infraestrutura do Centro de Gestão de Suprimentos da Saúde, na Vila Homero Thon. O prefeito Paulo Serra (PSDB), ao lado do secretário de Saúde Márcio Chaves, explicou que a cidade conta com mais de 1 milhão de insumos no estoque, entre agulhas e seringas, distribuídos em pelo menos 500 mil kits prontos para uso. Todos os equipamentos de saúde de atendimentos já oferecem câmaras de refrigeração para guardar as vacinas.
“Com esses números em estoque é possível vacinar a população por cinco meses, nas 32 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da cidade”, explicou Chaves, que comentou que para campanha serão mais de 1.200 profissionais remanejados nas unidades. “Teremos 37 pontos extras de vacinação nas escolas para evitar aglomerações. Ainda temos a previsão de instalar pontos de drive-thru pela cidade e estruturamos 17 equipes volantes para atender acamados”, completa.
Segundo Márcio, toda estrutura foi planejada conforme a chegada e disponibilização das vacinas para o município. “Se chegarem 5.000 vacinas por dia, por exemplo, temos a capacidade de vacinar 5.000 pessoas. Se forem 100 mil doses, vamos vacinar 100 mil pessoas”, conclui. O gasto atual com as aquisições dos insumos é, em média, de R$ 1,3 milhão.
“Desde que as vacinas começaram a ser analisadas, a cidade se preparou e planejou para aguardar a chegada do imunizante. A nossa capacidade é satisfatória”, detalha o prefeito Paulo Serra.
São Paulo pode iniciar vacinação domingo
A vacina contra a Covid continua no centro do debate entre os governos estaduais e federal. A corrida agora é pelo direito de iniciar primeiro a imunização da população. O governador João Doria (PSDB) disse ontem que vai disponibilizar as doses da Coronavac “imediatamente após aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, enquanto na esfera federal é preparado evento para registrar o primeiro vacinado com a proteção da Universidade de Oxford na terça-feira.
A Anvisa promete se pronunciar domingo sobre os pedidos de uso emergencial tanto da Coronavac como da vacina da Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca. Possível adversário do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na eleição presidencial de 2022, com aval da Anvisa, Doria pode antecipar para domingo a campanha prevista para começar no dia 25 de janeiro no Estado.
Já o Ministério da Saúde trabalha na montagem de evento programado para terça-feira, em Brasília, que teria a presença dos governadores. Duas pessoas seriam imunizadas com a proteção de Oxford: um profissional da saúde e um idoso.
A vantagem do governo paulista é que as 6 milhões de doses da Coronavac que foram produzidas na China, pelo laboratório Sinovac Biotech, parceiro do Instituto Butantan, já estão em solo paulista. Já as 2 milhões de doses da vacina de Oxford foram compradas de forma emergencial pelo Brasil e produzidas no laboratório Serum, na Índia. Operação logística foi montada pelo Ministério da Saúde para ir buscar o material e trazer rapidamente ao Brasil. Para isso, a Força Aérea vai mandar avião até Mumbai, na Índia, com voo partindo hoje, às 23h, do Recife. O retorno está previsto para amanhã, no Rio de Janeiro.
O governo de São Paulo anunciou em dezembro o cronograma da vacinação, que vai atender primeiro trabalhadores da saúde, indígenas e quilombolas e, na sequência, idosos por faixa etária
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