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230 cruzam os braços na Makita
William Glauber
Do Diário do Grande ABC
27/04/2006 | 08:06
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Após quatro meses de negociação, os 230 empregados da Makita, de São Bernardo, decidiram cruzar os braços para pressionar a empresa a atender reivindicações de longa data. Organizados pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, os trabalhadores da produção e do administrativo deliberaram quarta-feira em assembléia paralisação por tempo indeterminado. Com a mobilização, os empregados pretendem alterar a proposta de PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) e auxílio-alimentação.

A Makita apresenta PLR de R$ 2 mil mais seis parcelas de R$ 50 referentes ao tíquete-alimentação. Os trabalhadores rejeitaram a proposta por unanimidade. No ano passado, a empresa pagou R$ 2,1 mil de benefício e, para este ano, os trabalhadores exigem correção de 8% na PLR com base no índice de reajuste salarial de 2005. Outra reivindicação é o pagamento de 12 parcelas do auxílio-alimentação para completar o período de um ano.

O diretor-executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulo Dias conta que os trabalhadores também esperam revisão do plano de cargos e salários da Makita. “Há uma defasagem grande. Muitas pessoas estão sem ajustes e, há anos, não têm aumento de salário. Queremos também melhor definição das funções e dos cargos”, reivindica o sindicalista.

Dias diz ainda que a Makita mantém excessiva mão-de-obra terceirizada e tem forte apoio de estagiários no setor administrativo. “Na fábrica, muitos funcionários são temporários. Estamos em ritmo acelerado de produção e com pouca contratação”, reclama. “Na administração, tem gente trabalhando até dez horas por dia”, denuncia.

Segundo o sindicalista, o movimento exige da empresa a efetivação dos trabalhadores terceirizados, temporários e estagiários. “O pessoal quer avançar nas contratações porque a empresa está produzindo bastante”, avalia. Para dar continuidade ao movimento, o sindicato realiza na manhã de quinta-feira assembléia na porta da fábrica. A Makita, produtora de máquinas e ferramentas, não comenta a paralisação dos trabalhadores.



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