Política Titulo Diadema
Filippi assume Paço e prevê ‘situação grave’ nas finanças

Petista tomou posse para o quarto mandato; Lauro estende tapete vermelho ao rival

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
02/01/2021 | 00:01
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 Eleito para o quarto mandato, José de Filippi Júnior (PT) tomou posse, na manhã de ontem, como prefeito de Diadema, ao lado da vice-prefeita Patrícia Ferreira (PT). Agora ex-chefe do Paço, Lauro Michels (PV) transmitiu o cargo e estendeu tapete vermelho ao petista, seu adversário político. O verde, que interrompeu a hegemonia do PT na cidade, deixou o cargo depois de oito anos.

Também foram empossados os 21 vereadores eleitos, em cerimônia restrita, realizada na Câmara, por causa das medidas de combate à pandemia. A casa elegeu ainda, por unanimidade, o governista Josa Queiroz (PT) como presidente do Legislativo diademense para o próximo biênio (2021-2022) – leia mais abaixo. 

Em seu discurso, Filippi voltou a criticar o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na condução do combate à pandemia, fez apelo pela manutenção do pagamento do auxílio emergencial e citou ainda a expectativa dos sete prefeitos da região para o início da vacinação contra a Covid-19. O petista evitou dar detalhes sobre como encontrará a saúde financeira do Paço, mas prevê “situação financeira grave”. 

“Eu só vou poder responder a essa pergunta daqui a alguns dias. A transição foi muito rápida e, por motivos óbvios, nos concentramos na área da saúde. O relatório final de finanças ficou pronto ontem (dia 31), ao meio-dia. A nossa equipe vai analisar neste fim de semana. Já sabíamos que era uma situação grave e que vários compromissos não poderiam ser cumpridos pela gestão anterior. Mas eu pretendo falar disso nos próximos dez dias, com conteúdo, sem achismos. Eu sei que a situação financeira é grave”, disse o petista. 

Já Lauro usou a tribuna para se despedir e, em sua fala, rasgou elogios a Filippi. “É um momento de sentimento duplo, de alegria e de tristeza. Alegria pelo dever cumprido e tristeza por deixar os amigos (na Prefeitura). Filippi, Inês (Maria Filippi, primeira-dama), vocês são pessoas que se dedicam à cidade e, por isso, merecem o meu respeito. São quatro vezes (como prefeito). É preciso ter coragem para ser prefeito, porque é fácil apontar o dedo e falar, o difícil é sentar na cadeira e aguentar o rojão. Filippi, conte comigo para tudo o que precisar de bem para a cidade. O que você precisar para nos lutarmos com quem precisar, estarei ao seu lado”, discursou Lauro, emocionado. Ao transmitir o posto, o verde deixou a rivalidade de lado e ergueu o braço de Filippi. 

O retorno de Filippi marca a retomada do petismo em Diadema após hiato de dois mandatos. A sigla elegeu seu primeiro prefeito da história na cidade, em 1982, com Gilson Menezes, e desde então petistas e outras figuras oriundas do petismo se revezaram no comando do Parque do Paço. Esse ciclo se interrompeu em 2012, justamente com a primeira vitória de Lauro. 

À tarde, Filippi anunciou, pelas redes sociais, a nomeação de outros quatro secretários. Para chefiar Finanças, o petista escalou o economista Francisco Funcia, da USCS (Universidade Municipal de São Caetano); Luiz Carlos Theóphilo assumirá Obras. O ex-prefeiturável Ronaldo Lacerda (PDT) comandará a Habitação e o ex-vereador Vaguinho do Conselho (SD), Meio Ambiente. 

Aliança ampla garante vitória de Josa na presidência da Câmara

Como já esperado, o vereador governista Josa Queiroz (PT) foi eleito presidente da Câmara de Diadema para o próximo biênio (2021-2022) por unanimidade. Aliança ampla entre os partidos que rivalizaram com o petismo durante as eleições garantiu vitória ao parlamentar, com 21 votos. 

A mesa diretora será composta ainda por Cicinho (PSB) como vice-presidente; Reinaldo Meira (Pros), na segunda vice-presidência; Zé do Bloco (Cidadania) como primeiro secretário; Talabi Fahel (PV), segundo secretário; e o debutante Lucas Almeida (DEM), como terceiro secretário. 

É a segunda vez consecutiva que o Legislativo diademense escolhe a presidência por unanimidade. Há dois anos, o então governista Pretinho do Água Santa (DEM) também foi eleito após acordão entre parlamentares da base de situação de oposição. Na primeira fala como presidente, Josa defendeu a retomada da independência da casa e cobrou o novo chefe de Gabinete, Dheison Renan, para que a relação com o governo do prefeito José de Filippi Júnior (PT) seja de harmonia com o Parlamento. 

“A gente espera ter um diálogo como principal característica dessa nova gestão que inicia. Ao longo desses últimos anos, existiu um movimento de desconstrução do Legislativo. A gente precisa debater e discutir os projetos da melhor maneira possível, ter tempo para dialogar. Muitas vezes os projetos precisam ser encaminhados para casa com emergência, mas a gente gostaria de fazer esse pedido, que não tenhamos que nos deparar com projeto entrando às 10h para ser votados às 14h. Não dá para admitir que sempre foi assim. É papel nosso fazer com que não seja mais assim”, comentou o petista. A vitória de Josa na disputa interna recoloca do PT no comando da Câmara diademense após seis anos. 




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