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Pacientes esperam 5h por consulta em Diadema
Sergio Campos
Do Diário do Grande ABC
15/06/2001 | 20:11
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O sistema de saúde pública de Diadema está em situação de calamidade, com hospitais sem equipamentos, falta de remédios, poucos médicos e demora no atendimento. Essa foi a afirmação de cerca de 200 usuários que procuraram nesta sexta o hospital infantil da cidade, onde tiveram de aguardar até cinco horas para ser atendidos. Pela manhã, a recepção da unidade estava totalmente lotada, com mais de 200 pessoas, e apenas no fim da tarde começou a esvaziar, quando ainda havia cerca de 50 pacientes à espera de atendimento. No Pronto-Socorro Central da cidade a situação foi a mesma, com tempo de espera de até três horas. Na UBS (Unidade Básica de Saúde) de Eldorado, os funcionários continuavam a greve iniciada terça-feira e só atenderam os casos de emergência.

Sexta, apenas dois médicos faziam o atendimento no hospital infantil e, apesar da situação caótica, nenhum membro da diretoria esteve na unidade. Os funcionários estavam visivelmente perturbados pelo acúmulo de pessoas, enquanto um dos seguranças foi até ameaçado por alguns pais, o causou um princípio de tumulto.

Usuários– Além da demora, os pais reclamavam da falta de condições do hospital para acolher os usuários à espera de consulta. “O número de bancos da sala de espera não é suficiente, e o local não tem ventilação adequada”, disse Beatriz Lucas, 32 anos, que estava há três horas em pé com seu filho Bachir, 3, no colo, à espera de atendimento.

Já a dona de casa Silvia de Souza, 19, conseguiu atendimento para seu filho Leonardo só depois de esperar cinco horas. “Outro erro é manter as crianças com doenças contagiosas misturadas com as outras”, afirmou.

A vendedora Leonice Conceição, 22, ficou decepcionada ao chegar no hospital e se deparar com a fila. “Acabei de vir do Hospital Central, onde fiquei duas horas esperando. Resolvi vir para cá, mas encontrei a mesma situação”, disse a vendedora, que estava com a filha Tatiana, 4, ardendo em febre.

Direção – Após as 18h desta sexta, a diretora do hospital, Karim Aparecida Coelho Ferreira, entrou em contato com a reportagem do Diário, por telefone. Ela admitiu que o atendimento do hospital estava precário, mas alegou que foi um caso atípico.

“Normalmente, o tempo de espera para o atendimento é de no máximo 30 minutos. O que provavelmente pode ter acontecido, é que nesse período do ano – entrada do inverno – há grande aumento de doenças respiratórias e de procura pelo hospital. Além disso, hoje (sexta) as UBSs do município estavam fechadas em virtude do feriado”, disse ela.

A diretora disse que ontem foram atendidas 230 crianças, sendo que a média é de 150. “Minha equipe é composta por 20 médicos, sendo que sempre há no mínimo dois atendendo e conseguem suprir as necessidades. Mas vou analisar detalhadamente todas as circunstâncias que ocorreram hoje (sexta) e verificar quais as medidas possíveis para melhorar o atendimento”, afirmou Karim.




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