Cinquenta e seis anos de trajetória não se mudam em uma noite, não devem ser resumidos a breve análise, como aconteceu com a aprovação do projeto de lei que altera o regime administrativo da Faculdade de Direito de São Bernardo, no dia 15 de dezembro, em sessão extraordinária da Câmara Municipal. Toda a comunidade acadêmica foi surpreendida com a deliberação que não se resume a questões administrativas. A faculdade, que hoje é autarquia municipal com independência de gestão, corre o risco de privatização, sucateamento e tempos incertos, com alternâncias e inconstância de políticas educacionais e econômicas do município, sem a apresentação de argumentação razoável para tal mudança.
Ideias e projetos são bem-vindos e merecem as devidas atenção e análise, mas é preciso cautela para mudança desse porte. Ainda que se negue, neste momento, a intenção de privatização, o projeto prevê diversificação de cursos e essa proposição só poderia ser levada em consideração se viesse acompanhada de planejamento estruturado e com a previsão de investimentos. O que se deixa claro é a intenção de economizar e não de investir ou modernizar a instituição.
Diferentemente dos anúncios pirotécnicos da atual administração, essa iniciativa foi feita de forma discreta e articulada, apresentada e votada na Câmara no mesmo dia, o que não faz sentido se a medida fosse do interesse da comunidade acadêmica e dos munícipes, que se orgulham da instituição, que é reconhecida e está entre os anseios de muitos estudantes brasileiros.
Seria de fundamental importância chamar a todos os agentes que compõem a estrutura acadêmica – alunos, docentes e demais colaboradores – para discussão conjunta de qualquer situação em que se aventem modificações que impactem a todos os envolvidos. Há grande número de pessoas que integram o dia a dia dessa tradicional instituição e que, com muita propriedade, podem contribuir sobremaneira com propostas que fortaleçam ainda mais a excelência já consolidada. Justamente por não ter havido essa discussão conjunta, lideranças do meio jurídico, estudantes, ex-alunos, docentes e a população têm registrado manifestos contrários ao projeto de lei com o intuito de sensibilizar o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, para que a autarquia seja mantida e valorizada.
Cabe a nós, alunos, a indignação. E o que foi ano difícil e de desafios chega ao fim com desfecho inesperável e de extrema preocupação. Contamos com a vacina e o bom-senso do prefeito em reconhecer e recuar para que, em 2021, nossa única ansiedade seja com a nota do bimestre.
Murilo Fagnani de Paiva é aluno de 2º ano da Faculdade de Direito de São Bernardo.
Boas-Festas
O Diário recebe e retribui votos de Boas-Festas a Embrapa Territorial; Brasilitália Sociedade Cultural; Marilú e Luiz José Moreira Salata; ANCP (Academia Nacional de Cuidados Paliativos); Maria Aparecida Flores; Carla Domenique; Marilza Aparecida Sperandio; Lúcia Bárbara Moreira; Ulisses Noronha; Valdir Cobra Almeida; Mário Campos; Marta R. Silva; Almir Papalardo Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química).
Cuidado!
Em São Bernardo há placas proibindo trafego de ônibus e caminhões em algumas vias, mas que servem para uns e outros como pista de Fórmula 1! Inclusive ruazinha paralela à alça de acesso da Anchieta à Newton Monteiro de Andrade tem abuso 24 horas. É só mandar equipe para verificar. Cuidado na cidade, porque, às vezes, falta energia à noite. Há buracos e pedestres não têm vez. Quanto ao grande Ademir Medici, nosso time, sem dinheiro, sem direção nem jogadores de qualidade vai ficar mais um ano nas filas.
José Carlos Soares de Oliveira
São Bernardo
Fez bem!
Ainda sobre o lançamento do livro Geopolítica da Intervenção – A Verdadeira História da Lava Jato (Política, dia 13), foi no governo de Dilma Rousseff que foi aprovada a atual Lei do Crime Organizado, que trata, por exemplo, da delação premiada, instrumento que possibilitou alcançar o andar de cima da criminalidade. Sobre essa lei, disse o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardoso que ele e a presidente Dilma Rousseff haviam sido enganados na aprovação dessa lei que, no entendimento deles, ‘era para o crime organizado e para o narcotráfico’. Nem em sonho eles imaginavam que promulgar essa seria tiro no pé. Outros fatores contribuíram para o sucesso da Operação Lava Jato, como a motivação dos policiais federais, jovens promotores, juízes comprometidos com a Justiça e principalmente a população, que saiu da sua passividade exigindo e apoiando o extermínio dos corruptos e dos corruptores. Se essa devassa que ocorreu no País teve a ajuda dos norte-americanos, deixo aqui registrado o meu muito obrigado.
Roberto Canavezzi
São Caetano
Conseguiram
Lojas fechando. Restaurantes, vazios. Mais de 14 milhões de desempregados. Inflação segue sem controle. A fome volta maior e com mais força. A democracia já não vale muita coisa. Aumenta o número de moradores de rua. São muito poucos os prédios e as casas com luzes de festas de fim de ano piscando. A esperança esvai. Perspectivas de melhora nascem mortas. Este é o Natal que esperavam os bolsominions? Conseguiram.
Suame Tenório
Ribeirão Pires
Zé Gotinha
No último dia de outubro ocupei este espaço para recordar o Zé Gotinha (Saudades do Zé Gotinha). O personagem criado pelo artista plástico Darlan Rosa e que simboliza a vacinação contra a poliomielite. Não é que o Zé Gotinha reapareceu! Em grande estilo, recusou-se a dar a mão para o capitão cloroquina. Parabéns, Zé. Meu herói.
Beatriz dos Santos
São Caetano
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