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Escola fica aberta até na fase vermelha em 2021, afirma Estado

Governo se baseou em experiências internacionais e programa volta de aulas presenciais nas redes pública e privada a partir de fevereiro

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
18/12/2020 | 00:01
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Denis Maciel/DGABC


Mesmo com o aumento de casos de Covid-19 em todo o Estado. o governo decidiu manter o cronograma de volta às aulas presenciais em 2021. Além disso, o governador João Doria (PSDB) declarou que as escolas poderão abrir em todas as fases do Plano São Paulo, seguindo as diretrizes de decreto que deve ser publicado hoje no <CF51>Diário Oficial. O anúncio foi feito ontem, durante entrevista coletiva, no Palácio dos Bandeirantes, na Capital.

A administração afirma se basear na experiência de locais onde processo de retomada das aulas presenciais já iniciou. “A decisão para manter escolas abertas é embasada em experiências internacionais e nacionais e tem como objetivo garantir a segurança dos alunos, dos professores e dos funcionários das redes pública e privada de ensino, além do desenvolvimento cognitivo e socioemocional de milhões de crianças e adolescentes do Estado”, defendeu Doria.

Na avaliação de Oswana Fameli, presidente da Aesp (Associação das Escolas Particulares) ABC, a decisão foi “consciente”. “Os mais prejudicados nesta pandemia em relação ao desenvolvimento foram os alunos. Poder retomar a rotina educacional traz esperança e expectativa para a formação dos jovens”, assinalou. “Praticamente um ano sem escola traz impactos nos próximos 15 anos, inclusive na ascendência profissional destes estudantes.”

Segundo Oswana, a rede privada do Grande ABC já está preparada para receber os alunos, uma vez que o retorno era esperado para este ano. Ela adicionou que a suspensão das atividades presenciais afetou não apenas na questão acadêmica, mas também no âmbito socioemocional do alunos. Isso porque crianças e adolescentes têm na escola o principal ponto de socialização.

Secretário estadual da Educação, Rossieli Soares alegou que as escolas não podem mais ser fechadas. “Neste momento de pandemia, as famílias precisam entender sobre o quanto é cada vez mais fundamental e importante ter os seus filhos frequentando a escola. Para continuarem a aprendizagem e serem acolhidos em vários aspectos, sobretudo, emocionalmente.”

Por outro lado, André Sapanos, conselheiro estadual da Apeoesp (Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) pela subsede de Mauá, avaliou que a manutenção do retorno presencial neste momento, onde há aumento de casos de Covid, inclusive entre as crianças, é “lamentável” e destacou que a decisão coloca em risco a vida de professores, estudantes e familiares. 

Agravante, para ele, é que os trabalhadores da educação pública estão de fora do Plano Estadual de Imunização. “Isso sem contar as questões estruturais das escolas públicas do nosso Estado, que bem sabemos que não são adequadas e de acordo com as recomendações médicas e sanitárias”, afirmou.

Conforme publicado ontem pelo Diário, os diagnósticos de infecção pelo novo coronavírus aumentaram 94% nos últimos três meses no Grande ABC. Apenas em novembro, as internações cresceram 23% nas sete cidades, o que fez com que prefeituras suspendessem cirurgias eletivas. Em São Bernardo, houve reabertura de 50 leitos exclusivos para o tratamento da Covid no HC (Hospital de Clínicas), enquanto Diadema contratou dez leitos e 300 diárias em hospital privado localizado na Capital.

Decreto prevê capaciade reduzida

O retorno às aulas presenciais será regionalizado, de acordo com os Departamentos Regionais da Saúde, obedecendo aos critérios de segurança estabelecidos pelo centro de contingência do coronavírus. Escolas de educação básica (da educação infantil ao ensino médio) instaladas em áreas classificadas nas fases vermelha e laranja poderão receber até 35% dos alunos matriculados diariamente, enquanto na fase amarela, 70% dos estudantes poderão ser atendidos e, na verde, 100%.

As instituições de ensino superior poderão funcionar na fase amarela com até 35% das matrículas e, na verde, com até 70%. Nas etapas vermelha e laranja, elas não estão autorizadas a funcionar. Cursos superiores específicos da área médica podem retornar presencialmente independentemente da classificação da cidade no Plano São Paulo.

As escolas de todas as redes (municipal, estadual e privada) deverão aderir e alimentar o Sistema de Monitoramento da Secretaria de Educação.

Em Santo André, Diadema e Ribeirão Pires, as prefeituras afirmaram que aguardam publicação do decreto para direcionar o planejamento do ano letivo. São Bernardo informou que inquérito epidemiológico indicou baixa incidência do vírus na educação, sendo necessário manter a educação a distância. A admistração de São Caetano informou que o calendário de 2021 está pronto, mas a gestão ainda não definiu a modalidade das atividades e que esta decisão “independe do decreto do governo do Estado”. As demais prefeituras não responderam à demanda até o fechamento desta edição.




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