Vereador reeleito em Santo André, Marcelo Chehade (PSDB) faz parte do grupo de voluntários de teste da Coronavac, vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, reclamou da politização do assunto e declarou que decidiu se voluntariar até para mostrar a importância da imunização contra o coronavírus.
Ginecologista e obstetra, Chehade disse ter tomado duas doses da Coronavac, sem apresentar efeitos colaterais de relevância. “Tive uma gripe pequena inicial, com um pouco de dor de cabeça, mas logo passaram os dois sintomas. Pelo que senti, acredito não estar no grupo do placebo”, afirmou o tucano. “Quando vamos ao instituto para tomar a dose ou colher exames, ficamos lá conversando com outros voluntários e eu não vi ninguém relatando efeitos colaterais de gravidade. Isso traz esperança de que a vacina, em breve, será aplicada.”
Nesta semana, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, declarou que a expectativa da instituição e do governo do Estado é iniciar a aplicação do imunizante em janeiro diante dos resultados considerados animadores dos testes.
Chehade relatou que pesquisou sobre a Sinovac antes de se voluntariar e constatou que a empresa atua com seriedade no ramo. “Quando me chamaram fui de pronto. Precisamos vencer essa batalha. Quis trazer a verdade a quem me conhece. Muita gente fala que esse vírus foi armado pelo governo chinês, o que é um absurdo”, discorreu.
“Como sou voluntário na vacina da Sinovac, não posso fazer o mesmo com as outras. Mas se pudesse, seria. Até mesmo com a da Rússia”, emendou, ao citar a Sputinik, feita pelo governo russo.
Sobre o debate feito pelo presidente Jair Bolsonaro, crítico da vacina chinesa, Chehade lamentou a postura do chefe da Nação. “Ele faz isso porque foi o (governador João) Doria (PSDB) quem trouxe. Essa briga precisa acabar, até para que a economia não quebre. Os estudos são sérios, feitos pelos mais respeitados institutos do mundo. O Butantan, a Universidade de Oxford, a Fiocruz não iriam colocar em xeque anos de reputação em algo que não fosse sério.”
Por fim, Chehade comentou que “será honra e felicidade ter participado de estudo que deu certo”. “Alegria tão grande quanto ver o Corinthians campeão do mundo no Japão em 2012”, comparou o corintiano vereador sobre o título do time de coração há oito anos. “Sou médico e tenho de batalhar para mostrar para as pessoas que a ciência é séria, que ela existe e precisa ser seguida.”