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Grande ABC tem pior semana da pandemia desde o fim de setembro

Foram 65 óbitos nos últimos sete dias, maior índice em oito semanas;região enfrenta piora nos indicadores avaliados pelo Plano São Paulo

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
22/11/2020 | 00:20
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Denis Maciel/DGABC


Na semana encerrada ontem, as sete cidades confirmaram mais 65 mortes causadas pelo novo coronavírus, média de dez por dia. Trata-se da maior média diária desde o período entre 27 de setembro e 3 de outubro, quando 81 falecimentos ocorreram, cerca de 12 a cada 24 horas. Ao todo, o Grande ABC registra 2.932 vítimas fatais, 79.537 diagnósticos e 85.558 pessoas recuperadas da Covid-19, segundo dados das prefeituras. A letalidade na região é de 3,69%, ou seja, a cada 100 pessoas infectadas, quatro morrem.

A região está passando por nova alta de diagnósticos e falecimentos ocasionadas pelo vírus, conforme o Diário tem noticiado. Na última semana, houve aumento de 4% na quantidade de pacientes aguardando diagnóstico. Ao mesmo tempo, as internações aumentaram 18%, chegando ao mesmo patamar de maio. Os dados são da SP Covid Info Tracker, plataforma de monitoramento da pandemia mantida por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), da USP (Universidade de São Paulo) e do Cemeai (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria).

Especialistas avaliam que este pico é causado pelo relaxamento das medidas preventivas, como a falta do uso de máscara e as aglomerações, somadas ao período de maior flexibilização desde o início da quarentena, em março. Inclusive, os profissionais da saúde alertam para o possível aumento na ocupação dos leitos, já que hospitais de campanha começaram a ser desmontados – casos de São Caetano, Santo André (Bruno Daniel) e de Mauá –, e o HMU (Hospital Municipal Universitário) de São Bernardo, que estava atendendo exclusivamente casos de Covid, voltou a realizar procedimentos eletivos.

Exemplo é que na sexta-feira, a taxa de isolamento físico ficou em 39%, sendo que em 10 de abril, também sexta-feira, o índice foi de 58%. “A politização da pandemia, principalmente do negacionismo, considerando que é só uma gripezinha está causando um relaxamento. É só dar uma volta na rua para encontrar bares lotados e pessoas que não estão se protegendo, o que tem levado ao aumento de casos”, assinalou João Eduardo Charles, primeiro diretor distrital da APM (Associação Paulista de Medicina), em São Bernardo.

O Diário publicou na sexta-feira que o Grande ABC está crítico em três de cinco critérios do Plano São Paulo. Atualmente na fase 4 (verde), as sete cidades podem retroceder pelo menos uma fase no dia 30 de novembro, dia seguinte ao segundo turno das eleições municipais, quando o governo do Estado realizará nova reclassificação. Caso haja retrocesso, comércios podem ter a capacidade e o horário de funcionamento reduzidos, além de bares, restaurantes, salões de beleza, barbearias e academias poderem ter o atendimento presencial vetado.

A pontuação relacionada à oscilação de casos e mortes de Covid são equivalentes à fase 3 (amarela) do plano estadual, enquanto o índice obtido em relação ao número de internações é admissível na fase 2 (laranja). Únicos critérios em que a região atende aos requisitos da fase verde são a ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), que está em 46%, e o número de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) a cada 100 mil habitantes, que está em 28,8.

Região contabiliza 211 novos casos da doença em 24 horas

O número de casos confirmados da Covid-19 no Grande ABC passou de 79.323 para 79.534, 211 novos infectados nas últimas 24 horas, segundo último balanço disponibilizado pelas Prefeituras, ontem – Diadema, Mauá e Rio Grande da Serra não atualizam os números durante o fim de semana.

De sexta-feira para sábado, a quantidade de pessoas suspeitas com o novo coronavírus passou de 85.980 para 86.180 (200 a mais). Neste período também foram confirmados cinco óbitos em decorrência da Covid, totalizando 2.932 casos. Já o montante de pessoas que se recuperaram subiu para 67.899 (128 pacientes que venceram a doença na região).

O Estado de São Paulo registrava ontem 41.256 óbitos e 1.205.435 casos confirmados do novo coronavírus. Entre o total de casos diagnosticados de Covid-19, 1.077.288 pessoas estão recuperadas, sendo que 129.972 delas foram internadas e tiveram alta hospitalar. As taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 53,2% na Grande São Paulo e 45,6% no Estado. O número de pacientes internados era de 8.707, até às 11h de ontem (Tauana Marin)




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