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A profecia evitável
Por Do Diário do Grande ABC
21/11/2020 | 09:10
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Já era o século 21 quando vozes de peso como Bill Gates e Barack Obama anteciparam a iminência de uma pandemia de proporções bíblicas. A peste chegou em 2019, está entrando em sua segunda onda na Europa e os mortos ultrapassam o milhão pelo mundo. O próximo selo a se romper anuncia a fome.

A retomada econômica é lenta e incerta. Poucos setores operam com liberdade. Receitas seguem baixas. Não há linhas de crédito suficientes. Aumentam-se preços para compensar os poucos negócios. Não faltam alimentos, mas o trigo e a cevada já pesam no orçamento dos lares, porque empresas fecham e o desemprego alastra-se.

O auxílio emergencial do governo alcançou 60 milhões de habitantes, mas há constrições legais e orçamentárias para sua continuidade. Teto de gastos e responsabilidade fiscal exigem mais receita para o Estado, cuja origem está num setor privado sem meios para pagar impostos, fornecedores, empregados e, cada vez mais, os direitos dos desempregados de ontem e das ondas imprevisíveis da pandemia.

A área de TIC ilustra bem que é preciso equacionar as dívidas fiscais e trabalhistas, para evitar a quebradeira de quem emprega e a fome dos desempregados. Sem essa atividade não existiria economia virtual. Dados anteriores a 2020 indicavam 137 mil empresas, mais de 2,2 milhões de empregados e 6% do PIB nacional. Tal quadro mudou caoticamente. A demanda cresceu exponencialmente, mas a receita, não: com o distanciamento físico, as pessoas recorreram à internet sem ter como pagar os serviços. Manter empregos no setor colide agora com obrigações fiscais e trabalhistas.

Alternativa para a dívida fiscal da empresa é o perdão de multas e o parcelamento do pagamento. Opção semelhante cabe às dívidas trabalhistas. Ambas as soluções reduzem o peso do desembolso total mensal do empregador, permitindo a sustentabilidade de sua operação e, consequentemente, de empregos. E o piso da parcela dos débitos trabalhistas garante receita muito superior ao que um programa de renda direta pode oferecer às famílias. O perdão de multas poderá viabilizar a regularização de situação fiscal de milhares de empregadores e o afluxo de receita para o Tesouro, e a correção monetária de dívidas trabalhistas deve dar lugar ao INPC, agora que a Selic caiu dos dois dígitos.

A fome depois da peste é uma dedução lógica com precedente histórico, não uma profecia inescapável. Buscar alternativas para reduzir seu impacto é uma responsabilidade geracional.

Vivien Mello Suruagy é engenheira e presidente da Feninfra (Federação Nacional de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e Informática).

Até dia 29, Marcelo Lima?

O vice-prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima (PSD), em ato de apoio a candidato de Diadema que está no segundo turno, afirmou que estará na campanha do candidato é só sairá de Diadema no dia 29. Então, pergunto: o vice-prefeito pediu afastamento do cargo da nossa São Bernardo? Vai continuar recebendo salário mesmo fazendo campanha para outra cidade? Tem ciência de que pagamos seu salário para atuar em prol da nossa cidade e da nossa gente? Acredita mesmo ser tão indispensável assim ao ponto de contribuir positivamente para a eleição de candidato a prefeito em outra cidade? Esclareça nobre vice-prefeito!

Thiago Scarabelli Sangregorio

São Bernardo

Morando

Mesmo após o prefeito Orlando Morando ter vencido a eleição no primeiro turno em São Bernardo, continuam as críticas e insatisfação de alguns, inclusive moradores de outras cidades. Não adianta, eleição é para isso, escolher o melhor e pronto. O resultado está aí.

Keiko Sakata 

São Bernardo

Importância do vereador

Muitos desconhecem a importância e o papel do vereador em sua cidade. A origem etimológica do termo deriva de ‘verea’, forma arcaica de vereda (caminho), de onde surgiu o verbo verear, com o significado próximo ao de 'administrar os caminhos. Então, o vereador é um gestor dos caminhos da cidade e isso deve ser levado a sério na hora de elegê-los, ou seja, eles fazem o caminho entre o povo e o poder. É de grande importância o exercício sério da vereança, às vezes relegada a segundo plano. Lógico que entre os pares há os chamados carimbadores de projetos do Executivo (prefeito). Porém, há um grande engano, por parte das pessoas, em considerá-los dessa forma, pois os assuntos do cotidiano são objeto de projetos de lei municipal, quando debatidos e votados pelo vereador de sua cidade. Tais como uso do solo, regras de construção civil e até lei do silêncio. O vereador é o fiscal dos atos do prefeito, e em sua atividade legislativa deve buscar o bem comum. O vereador é seu representante, e recebe por isso.

Turíbio Liberatto

São Caetano

Desastre de Brumadinho

O governo de Minas Gerais exige da Vale R$ 54 bilhões a título de indenização para reparos devido ao rompimento da barragem de Brumadinho. Quando o correto é dividir por três, pois os governos mineiro e federal, como fiscalizadores, são corresponsáveis por não interditarem o funcionamento da mineradora. A Vale propôs R$ 21 bilhões, o que é um valor significativo, mas Minas insiste nos R$ 54 bilhões.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

Pastor de araque

Como pior prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella não passa de um pastor evangélico de araque. Desesperado pela provável e acachapante derrota no segundo turno da eleição da Capital carioca, sem escrúpulo algum, como consta no vídeo gravado que circula pela imprensa de uma reunião com bajuladores, Crivella ofende a honra do governador de São Paulo, João Doria. Até com termo homofóbico. Que o governador responde lamentar essa baixaria deste político que apresenta “fim melancólico”. Cá entre nós, essa atitude vexatória só poderia vir de autêntico aliado de Jair Bolsonaro. 

Paulo Panossian

São Carlos (SP)

Lastimável

O crime cometido por seguranças de um supermercado famoso, em Porto Alegre, foi um fato lastimável. E justamente quando se comemora o Dia da Consciência Negra. O negro que foi assassinado motivou muitas manifestações de protesto. Mas também lamentável foram as afirmações de alguns integrantes do governo federal de que não existe racismo no Brasil. Que o fato sirva para uma profunda reflexão e que os segmentos sociais se empenhem para buscar formas de acabar com um preconceito inaceitável.

Uriel Villas Boas

Santos (SP)

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