O comércio eletrônico entre as indústrias do setor químico apresenta um cenário positivo, viabilizando maior número de negócios e otimizando processos. No ano passado, as seis empresas que formam o comitê setorial da Associação Brasileira de e-business conseguiram comercializar R$ 1 bilhão pela Internet, o que representou 12% das vendas. Essa movimentação alcançou 57 mil transações on-line, ou 12% do volume de pedidos. Com base nesses resultados, a associação quer expandir a iniciativa para outras companhias.

O comitê do setor químico é composto de seis empresas – Basf, Dow, Elekeiroz, Rhodia, Solvay e White Martins. O objetivo é alcançar 50% das indústrias químicas, pelo menos as dez maiores, que representam 90% do setor. Segundo o presidente executivo da Associação Brasileira de e-business, Richard Lowenthal, os principais objetivos da iniciativa são o aumento de vendas eletrônicas, a padronização do sistema de comunicações e até a reposição automatizada de estoques, dependendo da periodicidade e da freqüência das transações.

Para a Basf, com unidade em São Bernardo, o resultado da comercialização on-line é positivo. Em 2002, 15% do faturamento na América do Sul foi obtido por meio do e-commerce, que permitiu à empresa ficar em primeiro lugar entre as indústrias químicas sul-americanas que fazem esse tipo de transação. Segundo o gerente do departamento de Serviços ao Cliente e E-Commerce para a América do Sul, Georges Klopotowski, a participação das vendas eletrônicas deverá ser ampliada para 50% até 2005. De janeiro a setembro de 2003, a Basf faturou 177 milhões de euros por meio desse sistema, o que representa um aumento de 139% em relação a todo o ano de 2002.

Agilidade – Para o executivo, os benefícios são o alto grau de transparência, vínculo direto com clientes e fornecedores, além do crescimento constante das vendas. Segundo ele, o e-commerce continua sendo uma história de sucesso para a empresa. “A conclusão de negócios por soluções apoiadas pela Internet favorece a criação de valor da Basf em todos os sentidos, abrangendo desde compras, processos internos de produção, logística e planejamento até as atividades de vendas”, afirma. Cerca de mil clientes fazem suas encomendas à Basf pelo sistema on-line, o que possibilita poupar tempo e dinheiro e verificar a qualquer momento a condição atual do pedido no sistema.

A Rhodia, de Santo André, também tem uma longa experiência de vendas pela Internet. Em geral, essas transações da empresa giram em torno de 15% das vendas totais – em 2003, o faturamento do grupo foi de U$ 600 milhões – mas os negócios entre empresas variam de acordo com o tipo de mercado. Atualmente, a empresa tem 100 clientes, que acessam a área de compras por meio de um software, o SAP/R3, de gestão integrada que possibilita às várias áreas da empresa ter conhecimento sobre o pedido.

Outra modalidade eletrônica de vendas da Rhodia é o VMI (do inglês, Inventário Administrado pelo Fornecedor). Trata-se de um canal em que a Rhodia administra o estoque do cliente por meio de sensores instalados nos armazéns dos produtos. Assim, quando o estoque cai, a reposição é imediata. Esse sistema está disponível para grandes clientes, como os da linha de solventes e de fenol, carro-chefe da companhia.

Segundo o gerente de Sistemas de Informação, Fernando Birman, a Rhodia está desenvolvendo outras modalidades eletrônicas. Ele afirma que esses sistemas aumentam a produtividade, porém em cada operação há um impacto diferente. Apesar da automatização, que diminui a carga de trabalho, o processo não exigiu corte de pessoal. “Transformamos as disponibilidades em melhoria da qualidade de atendimento ao cliente, revertendo em melhor prestação de serviços”, acrescenta.