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Governadores querem acordo casado
01/08/2003 | 00:35
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Governadores que representam as cinco regiões do país têm reunião marcada com o ministro da Casa Civil, José Dirceu, na segunda-feira, para tratar da reforma da Previdência, mas não têm pressa de concluir a negociação em torno do relatório aprovado na comissão especial. Não sem antes acertar com o governo algum ganho de receita na reforma tributária. Eles trabalham para fazer uma negociação casada das duas reformas, em que uma possa compensar eventuais prejuízos financeiros da outra. Tudo porque consideram que as mudanças na Previdência, aprovadas pela comissão especial, já impõem perdas aos Estados.

Irritados com os recuos da base governista para beneficiar o Judiciário na reforma previdenciária, os governadores não querem contestar os acordos nem tampouco aparecer como algozes dos juízes. Foi exatamente por isso que eles mesmos tomaram a iniciativa de desmontar a reunião que teriam com Dirceu.

Em conversa com o ministro, na quinta-feira, o governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), reclamou do acerto feito pelos líderes aliados, aumentando o subteto salarial de procuradores e defensores públicos estaduais. “Se a negociação exigir que se abandone o subteto de 75% do salário de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e se chegue aos 90,25%, que se fixe isso na Constituição. Transferir essa responsabilidade para as Assembléias Legislativas, que não vão limitar nada, é romper o acordo que fechamos com o presidente Lula”, disse Cássio. Segundo Lima, o ministro garantiu que “o governo não vai roer a corda”. Nem por isso, os governadores ficaram tranqüilos. “Estamos chegando ao afunilamento da negociação e o clima é desalentador, porque não se chega a uma conclusão”, resume o governador do Ceará, Lúcio Alcântara (PSDB).




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