Irritados com os recuos da base governista para beneficiar o Judiciário na reforma previdenciária, os governadores não querem contestar os acordos nem tampouco aparecer como algozes dos juízes. Foi exatamente por isso que eles mesmos tomaram a iniciativa de desmontar a reunião que teriam com Dirceu.
Em conversa com o ministro, na quinta-feira, o governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), reclamou do acerto feito pelos líderes aliados, aumentando o subteto salarial de procuradores e defensores públicos estaduais. “Se a negociação exigir que se abandone o subteto de 75% do salário de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e se chegue aos 90,25%, que se fixe isso na Constituição. Transferir essa responsabilidade para as Assembléias Legislativas, que não vão limitar nada, é romper o acordo que fechamos com o presidente Lula”, disse Cássio. Segundo Lima, o ministro garantiu que “o governo não vai roer a corda”. Nem por isso, os governadores ficaram tranqüilos. “Estamos chegando ao afunilamento da negociação e o clima é desalentador, porque não se chega a uma conclusão”, resume o governador do Ceará, Lúcio Alcântara (PSDB).
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