Quem pensa que a relação mais próxima do Brasil com o futebol costarriquenho está no fato de que o Deportivo Saprissa, um dos clubes mais tradicionais do país, disputou o Mundial de Clubes do ano passado com o São Paulo, está enganado. Os laços entre o futebol pentacampeão do mundo e o do país da América Central se estreitam quando é citado o nome de Alexandre Guimarães.
Pouco conhecido no Brasil, o alagoano Guimarães marcou presença nas duas únicas participações da Costa Rica na Copa do Mundo, em 1990 e 2002. Em 90, na Itália, foi como jogador. Dirigida pelo lendário Bora Milutinovic, sua seleção ganhou dois jogos na primeira fase, contra Escócia e Suécia, e perdeu para o Brasil, por 1 a 0. Nas oitavas-de-final, foi eliminada pela Checoslováquia por 4 a 1.
Na Copa da Coréia do Sul e do Japão, Guima, como é conhecido na Costa Rica, foi o treinador da seleção nacional. Ironicamente, enfrentou de novo o Brasil e desta vez a derrota foi mais contundente. Um 5 a 2 que eliminou a Costa Rica do Mundial. Neste ano, Guimarães será novamente o treinador do país na Copa.
Guimarães nasceu em Maceió, mas ainda criança foi morar na Costa Rica. Seu pai era médico da Organização Panamericana de Saúde e foi para o país para lutar contra a malária. Guima jogou por quatro equipes diferentes, mas teve maior êxito com a camisa do Deportivo Saprissa, pelo qual foi três vezes campeão nacional, em 1982, 88 e 89.
Rivalidade – O Deportivo Saprissa pode ter sido o primeiro representante costarriquenho em um Mundial de Clubes, mas não é o maior vencedor do Campeonato Nacional local. Seu maior rival, a Liga Deportiva Alajuelense, tem um título a mais, 24 contra 23. Ambas as equipes se alternam como campeãs desde 1993.
No continente a briga também é intensa. O Saprissa tem três títulos da Copa dos Campeões da Concacaf, em 1993, 1995 e 2005. A Alajuelense tem dois, em 1986 e o outro 2004.
Atual campeã nacional, a Alajuelense foi um dos sete clubes que fundaram a Liga Nacional de Futebol, em 1921. O esporte no país, contudo, chegou alguns anos antes, no final do século XIX, trazido pelos filhos dos grandes empresários do café que estudavam na Europa.
Desde o início, o futebol foi bastante incentivado pelo governo, principalmente da capital San José e, curiosamente, pela igreja.
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