Na noite desta segunda-feira (9), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou que precisou suspender temporariamente o ensaio clínico da Coronavac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovacn, em São Paulo. De acordo com a agência, a interrupção teria ocorrido após "evento adverso grave", notificado em 29 de outubro. Até a retomada dos estudos, ninguém poderá ser vacinado.
No site da Anvisa, nota divulgada às 21h25 desta segunda, explica que evento adverso grave pode significar: morte, evento adverso potencialmente fatal, incapacidade/invalidez persistente ou significativa, exige internação hospitalar do paciente ou prolonga a internação, anomalia congênita ou defeito de nascimento, qualquer suspeita de transmissão de agente infeccioso por meio de um dispositivo médico, evento clinicamente significante. O Instituto Butantan alegou surpresa com a decisão, enquanto o diretor Dimas Covas disse se tratar de um óbito sem qualquer relação com os testes.
Pela manhã, nas instalações do Instituto Butantan, o governador João Doria (PSDB), havia anunciado que, no dia 20 de novembro, chegam as primeiras doses da Coronavac ao Brasil. “Nós já tínhamos comentado isso anteriormente, mas agora é oficial porque as autoridades sanitárias chinesas deram autorização para a importação”, explicou o governador. Neste primeiro lote serão 120 mil vacinas e a expectativa é que até 30 de dezembro chegue ao País o total de 6 milhões de doses, além de insumos para a produção de outras 40 milhões.
Além disso, Doria também anunciou o início das obras da fábrica para produção das vacinas contra Covid-19 no instituto Butantan. “É um dia histórico para São Paulo e para o Brasil. É um passo fundamental que consolida o Instituto Butantan e o Brasil na corrida contra o coronavírus”, afirmou. A previsão é que a construção das instalações terá duração de 10 meses e o local esteja pronto em setembro de 2021.
O investimento será e R$ 140 milhões para construção será feito por 24 empresas do setor privado, nacionais e multinacionais, por meio de parceria público-privada. Segundo Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, o projeto teve o cuidado de prever que assim que a demanda da vacina diminuir, o local facilmente se adapta para produção de outros imunizantes.