Economia Titulo Efeito pandemia
GM suspende férias coletivas em São Caetano neste ano

Decisão se dá para produzir Tracker; sindicato diz que haverá reposição de tempo parado

Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
06/11/2020 | 00:05
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Claudinei Plaza/DGABC


A pandemia do novo coronavírus mudou o cronograma de muitas fabricantes com a redução do ritmo de produção e a adesão de ferramentas como lay-off (suspensão do contrato de trabalho) e redução de jornada e salários, a fim de não gerar aglomeração e se adequar à demanda em tempos de Covid-19. Foi o que aconteceu com a GM (General Motors). Diante do cenário, a montadora avisou seus colaboradores do chão de fábrica que, neste ano, não haverá férias coletivas.

Para os funcionários, a fabricante justificou a ausência da tradicional parada de fim de ano para direcionar esforços à confecção do Tracker, SUV lançado pela marca no início do período da quarentena. Em São Caetano, as linhas de produção ficaram suspensas de 30 de março até 18 de maio.

“De acordo com a programação de produção e devido ao sucesso de vendas do nosso Tracker, para este fim de ano não estão programadas férias coletivas para as áreas de manufatura e afins”, diz comunicado da empresa. “Os dias 24 e 31 de dezembro serão considerados dias-ponte, com metade das horas concedidas pela GM e metade das horas lançadas em banco de horas.”

Segundo o presidente licenciado do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, a medida foi adotada como forma de repor o tempo parado e o ritmo menor de produção. “A suspensão das férias coletivas não se dá por um aumento da produção, mas por um equilíbrio, por causa da pandemia”, afirmou.

Tanto é que, para adequar o efetivo à queda da produção, a montadora prorrogou o fim do lay-off de setembro para dezembro com 700 dos 500 profissionais afastados. E estendeu PDV (Programa de Demissão Voluntária) até meados de outubro, no qual pretendia conquistar a adesão de 500 trabalhadores. Se não conseguisse, disse que teria de demitir. Na primeira etapa do PDV, que foi até agosto, 293 funcionários aceitaram. O total de adesões da segunda etapa não foi divulgado.

Cidão avisou que o sindicato ainda conversa com a empresa sobre formas de compensar o trabalho aos sábados de dezembro, já que os empregados terão de atuar dias 5 e 19. A medida terá de ser votada em assembleia.

A GM emprega cerca de 8.000 colaboradores em São Caetano. Procurada, disse que não iria se pronunciar.

O Diário também questionou o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que disse que essa questão ainda não foi definida nas montadoras de sua base, em São Bernardo, apesar de as empresas já estarem planejando as datas.

(Colaborou Yara Ferraz) 




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