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Seria mais cômodo, mas não vou desistir, diz Kiko após indeferimento

Prefeito de Ribeirão grava vídeo para bancar candidatura e afirma que reverterá rejeição inicial

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
28/10/2020 | 15:45
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Reprodução/Facebook


O prefeito de Ribeirão Pires, Adler Kiko Teixeira (PSDB), se pronunciou oficialmente depois de a juíza Maria Carolina Marques Caro Quintiliano, da 183ª Zona Eleitoral da cidade, indeferir seu registro de candidatura à reeleição. O tucano declarou que “seria mais cômodo desistir e arrumar um substituto”, mas que dar esse passo é o “mais correto com a minha história e com as pessoas que me apoiam”. Ele assegurou que seguirá em campanha e acredita na reversão jurídica, mesmo que seja após a eleição do dia 15 de novembro.

Kiko reuniu presidentes de partidos que endossam sua campanha, com objetivo de mostrar que o grupo que defende sua reeleição está unido – desde a sentença da Justiça Eleitoral, crise nos bastidores foi instalada. Gravou vídeo para criticar o ex-prefeito Clóvis Volpi (PL), seu principal adversário no pleito, defendeu sua administração e minimizou a condenação sofrida no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), por improbidade administrativa, ao contratar o filho de um secretário na época em que foi prefeito de Rio Grande da Serra.

“Problemas parecidos com esses enfrentei em toda minha vida. Graças a Deus nunca respondi a processo grave que desabonasse minha postura. (Há) Processo administrativo que nossos adversários sempre tentam usar no intuito de tirar a gente da disputa política e tentam fazer eleição no tapetão”, discorreu o tucano. “Nem sempre a Justiça faz justiça. Recentemente vi um caso de uma pessoa negra, pobre, que ficou presa até três anos (sem ser culpada).”

Ainda no vídeo, Kiko mostrou otimismo com recursos que ele ainda pode impetrar para reverter o indeferimento em primeira instância. “Pedidos como esse acontecem no Brasil inteiro. Muitos desses pedidos são julgados durante a eleição e o candidato se torna apto a disputar a eleição, o que acho que vai acontecer no nosso processo. Além disso, temos possibilidade de isso ser revertido imediatamente após o processo eleitoral. Às vezes, o candidato disputa a eleição e é empossado depois do julgamento do processo. Nosso processo é simples, não tenho menor receio e que não me envergonha em absolutamente nada.”

Kiko foi condenado por, em 2005, ter contratado Anderson Meira Lopes, filho do então secretário Luis Castilho, quando era prefeito de Rio Grande da Serra. Alertado sobre a prática de nepotismo em questão, ele exonerou Anderson, mas contratou empresa que havia admitido Anderson em seu quadro de funcionários. No entendimento do Ministério Público, houve tentativa de burla à lei e, por isso, Kiko e os dois citados foram denunciados. Houve condenação em primeira instância, reforçada pelo TJ-SP.

O prefeito comentou também que Volpi, seu adversário, não tem a situação jurídica tranquila, a despeito de a candidatura dele ter sido deferida pela mesma juíza eleitoral. Kiko citou que o Ministério Público Eleitoral também pediu a impugnação do registro de Volpi. O tucano classificou como “muito mais grave” a suspeita de irregularidade na mudança de análise, por parte da Câmara de Ribeirão Pires, das contas de 2012 da Prefeitura, último ano de governo de Volpi. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) considerou o balancete irregular, emitiu parecer pela reprovação, sugestão seguida pela maioria dos vereadores. Volpi recorreu à Justiça comum, anulou os passos que levaram à sua condenação e, posteriormente, viu o Legislativo aprovar as contas.

“O Ministério Público, por meio de seu procurador-geral de Justiça, entrou com Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade), dizendo que essa segunda votação foi irregular. Juntamos isso no processo que cuida do registro do nosso adversário e o MP se posicionou pelo indeferimento. A juíza entendeu que não era o momento, que era para se julgar a Adin primeiro. Essa Adin está em julgamento pelo Tribunal de Justiça. Estamos esperando que em breve a Justiça seja feita. O fato que impediria a candidatura dele é muito mais grave do que usam para nos tirar do pleito”, disse, emendando que o presidente da Câmara à ocasião dos fatos, Rubão Fernandes (PL), teria negociado ser vice de Volpi neste pleito se manobrasse a favor do ex-prefeito no Legislativo. Volpi tem como vice outro vereador: Amigão D''Orto (PSB).  




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