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Depoimento de Mercadante nao trouxe novidades, diz Malan
Do Diário do Grande ABC
06/05/1999 | 10:26
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O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse em entrevista a uma emissora de rádio, na manha desta quinta, que o depoimento desta quinta do deputado Aloízio Mercadante (PT-SP) na CPI do Sistema Financeiro nao trouxe nenhuma novidade. "O que o deputado fez foi mostrar algo que 62 bancos tinham posiçoes compradas nesse período; 50 bancos tinham posiçoes vendidas. Isso, convenhamos, nao é uma informaçao de enorme novidade", afirmou o ministro.

Segundo ele, o deputado, "por quem tenho apreço pessoal", poderia ter recorrido às informaçoes enviadas ao Senado pelo Banco Central, que esclarecem essas mudanças de posiçoes no mercado financeiro. "O Banco Central mostrou detalhadamente que essas mudanças de comprados e vendidos no mercado sempre existem. O conteúdo de novidade nisso é zero", acrescentou. "É difícil imaginar que dos 62 que tinham posiçoes compradas, todos tinham ou tiveram informaçoes privilegiadas e outros 50 nao tiveram". O ministro disse ainda que essas mudanças de posiçoes compradas para vendidas ocorreram em outras ocasioes como na crise do México, na saída de Domingos Cavallo do Ministério da Economia na Argentina, e nas crises asiática e russa.

"Em quase todas essas ocasioes, as pessoas que apostaram em uma desvalorizaçao do Real perderam dinheiro e o Banco Central ganhou. Nao me ocorre que alguém tenha dito que naquelas ocasioes aqueles que apostaram contra o Real tiveram acesso a informaçoes privilegiadas. O fizeram porque a análise da situaçao que faziam sugeriu que tomassem posturas defensivas para se precaver", afirmou. "Isso é normal. Nao existe nenhuma novidade no fato que existem pessoas com posiçoes compradas, outras com posiçoes vendidas; as vezes uns ganham, às vezes uns perdem".

"Ganharam agora porque as circunstâncias forçaram o Banco Central a adotar um sistema de flutuaçao", disse o ministro."É impossível depreender daí a existência de informaçoes privilegiadas como se fosse uma consequência lógica, que é o passo político que o deputado gostaria de dar e eu acho que é muito difícil fazê-lo".




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