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Acidentes domésticos aumentam na quarentena

Especialistas dão dicas para prevenir quedas e lesões durante reformas ou exercícios físicos

Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
13/10/2020 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


O isolamento físico como forma de evitar a disseminação do novo coronavírus foi convite para que a população usasse o tempo livre para dar atenção ao lugar onde mora. Pequenas reformas, pinturas e ajustes estruturais, além de necessários, também serviram para ocupar as horas. Assim como as atividades físicas improvisadas. Os problemas foram as quedas e acidentes domésticos que, segundo a ABTPé (Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé), aumentou na quarentena.

Danilo Ryuko Cândido Nishikawa, diretor da regional São Paulo da ABTPé, diz que quedas e acidentes por instrumentos perfuro-cortantes foram comuns no confinamento. “É preciso ficar atento, pois as quedas de altura podem causar de lesões simples a entorses do tornozelo ou fraturas graves da tíbia, fíbula, calcâneo e metatarsos, que necessitem de tratamento cirúrgico”, afirma o especialista.

A professora de educação básica Gabriela Rodrigues Mousse, 38 anos, de São Bernardo, é exemplo de acidente durante a quarentena. Ela estava acostumada a frequentar academia, mas com a pandemia cancelou as idas e os exercícios passaram a ser feitos em casa. “Estava animada, fui me exercitar e no dia seguinte acordei travada”, conta. Os exercícios aeróbicos acabaram lhe rendendo ida ao massoterapeuta, dois dias de cama, anti-inflamatórios e seis dias até se recuperar. Ainda assim a dor demorou para cessar.

A psicóloga Luísa Chiocheti, 31, de São Caetano, abusou na prática do ioga e mesmo com experiência de sete anos na modalidade se deu mal. “Comecei a sentir dor na parte de trás da perna. Não foi algo agudo e sim percepção e incômodo. Fiquei assim por uns dois meses e resolvi procurar fisioterapeuta. Fizemos a consulta por vídeo e ele deu o diagnóstico de estiramento de grau 1 (leve) no músculo isquiotibial, por esforço repetitivo”, lamenta.

Aos que querem aproveitar o isolamento para cuidar da casa, o gestor do curso de fisioterapia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Mário Caxambu Neto, recomenda cuidado com tapetes. “É uma porta para escorregar” diz. Escadas e banquinhos também merecem atenção. “Se for fazer alguma atividade em altura íngreme, é bom sempre estar acompanhado, seja para ter ajuda na hora de carregar alguma coisa ou mesmo ter alguém por perto para prestar socorro”, explica.

Bacharel em educação física e diretora do Colégio Adventista do Jardim Utinga, em Santo André, Edinilza Santiago diz que aumentou o número de pessoas que passaram a fazer atividades físicas em casa. “Os exercícios, além de fortalecer corpo e a mente, no contexto da pandemia, ajudam a aliviar estresse”, explica. Entre os cuidados, Edinilza sugere deixar o ambiente mais livre possível para realizar os exercícios. “Evitar o uso de tapetes para não correr riscos de escorregar e abrir as janelas para melhorar a circulação do ar.” 




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