Política Titulo Mistério
Paulo Pinheiro se cala sobre disposição de o PT apoiá-lo

Em São Caetano, Edgar quer formar chapa única de oposição

Por Cynthia Tavares
do Diário do Grande ABC
16/05/2012 | 07:00
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Sob o olhar atento de integrantes do PT de São Caetano, o presidente do diretório municipal e vereador Edgar Nóbrega anunciou o desejo do partido em compor com o pré-candidato ao Palácio da Cerâmica pelo PMDB, Paulo Pinheiro. O desejo pela vice deu o tom do discurso. "Depois do debate, a cidade tem dito que a união do Paulinho Pinheiro com Edgar Nóbrega pode formar uma síntese boa para São Caetano", defendeu o comandante partidário, na sessão de ontem.

O peemedebista, por sua vez, ignorou a disposição dos petistas para ajudar no seu projeto majoritário e não teceu comentários. O silêncio pode ser justificado pelo receio de a rejeição do PT na cidade - nunca comandou o Paço - ser transferida para seu nome.

Por meio da assessoria de imprensa, Pinheiro afirmou apenas que o vice será definido por pesquisa. E não citou a disposição do PT em galgar o espaço. O levantamento será feito na primeira quinzena de junho. O nome escolhido sairá dias antes da convenção, que não tem data marcada. Não há informações se os petistas serão cotados.

Edgar Nóbrega é pré-candidato petista na disputa majoritária. Porém, os baixos índices registrados nas pesquisas ocasionaram a abertura da discussão sobre a composição.

Com a voz embargada, o vereador ressaltou que esse é o momento certo para iniciar as conversas. "Acreditamos que, se não abríssemos o diálogo, íamos perder uma grande oportunidade de construir uma agenda bastante responsável para São Caetano", disse.

Jayme Tortorello, candidato do PT ao Paço derrotado em 2008 e irmão do prefeito Luiz Tortorello (que morreu em 2004), apoiou a aliança com os peemedebistas. "70% da população quer mudar. Hoje o Paulo Pinheiro está numa situação, embora o nome do Edgar não tenha rejeição. Se tanto PT quanto PMDB querem a mudança, nada impede de eles seguirem", analisou Jayme, presente à sessão.

A decisão de se aliar aos peemedebistas será sacramentada no encontro partidário para discutir táticas eleitorais, no domingo, na Câmara. As lideranças partidárias já se manifestaram favoráveis ao acordo.

Edgar ressaltou que a proposta de união é demanda da população. "Tomamos essa decisão depois de ouvir as pessoas e a militância do partido. Por acreditar que é chegado o momento de fazer em São Caetano o que em Brasília já acontece", declarou. A composição PT-PMDB ganhou força no País após a presidente Dilma Rousseff (PT) colocar Michel Temer (PMDB) como seu vice.

Para Edgar, a atitude do diretório municipal representa amadurecimento na maneira de realizar política. "Muitas vezes o PT foi chamado de radical, outras vezes até de intransigente. Aprendemos com nossa história e queremos agora dar um novo passo. Acredito que nossa São Caetano pode ser melhor", considerou.

O vereador do PT deixou claro que aposta na união dos opositores ao governo José Auricchio Júnior (PTB) para vencer o pleito. "Há 30 anos nós não temos eleições sérias na nossa cidade. Respeito o grupo que exerce o poder, reconheço méritos, mas é hora de a cidade fazer uma aposta mais ousada", analisou Edgar. A indicada do Paço para a disputa é a assessora Regina Maura Zetone (PTB).

 

Galeria dos presidentes é aprovada

O presidente da Câmara de São Caetano, Sidnei Bezerra da Silva, o Sidão da Padaria (PSB), conseguiu aprovar projeto de lei que cria a galeria dos vereadores. Após enfrentar resistência dos parlamentares em março, a propositura finalmente foi avalizada ontem.

Para garantir que não seria derrotado mais uma vez pelos colegas, o socialista suspendeu os trabalhos por cinco minutos para acertar as arestas e conquistar o apoio dos vereadores. Após a conversa, a votação foi tranquila.

No primeiro revés ao texto, a falta de diálogo foi o fator que ocasionou a pressão dos pares. Segundo vereadores ouvidos pelo Diário, Sidão não havia explicado de onde tiraria dinheiro para realizar o monumento com os presidentes da Câmara são-caetanense.

Por nota, o comandante do Legislativo explicou somente que os recursos serão tirados "do Orçamento da Câmara Municipal, de acordo com os trâmites legais".

A sessão também aprovou projeto do Executivo que impede projetos rejeitados pelos parlamentares a retornar à pauta. A legislação vale para propostas da Prefeitura e da Câmara. O artigo 51 da Lei Orgânica dava brecha para que textos rejeitados no plenário voltassem à ordem do dia na Câmara,

Outra alteração na constituição municipal foi de nomenclatura. O cargo de secretário foi incluído nas atribuições da legislação.




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