As chances brasileiras de conquistar uma medalha nos Jogos Olímpicos de Inverno de Turim (Itália), entre os dias 10 e 26 de fevereiro, são remotas. Tão escassas que pode-se dizer que a única possibilidade seria a ocorrência de um fato como o de quatro anos atrás, em Salt Lake City (EUA), quando todos os concorrentes da patinação caíram, dando o ouro para o azarão Steven Bradbury, da Austrália. Mesmo assim, não se pode dizer que o país está entrando numa fria, pois pode ao menos comemorar o fato de garantir classificação em cinco modalidades, o maior número da história.
Nos Jogos de Turim, o Brasil será representado por 11 atletas. No esqui alpino competem Mirella Arnhold e Nikolai Hentsch; no esqui cross country, Jaqueline Mourão e Hélio Freitas; snowboard, Isabel Clark, e a equipe de bobsled será formada por Armando dos Santos, Edson Luques Bindilatti, Márcio Silva, Ricardo Raschine, Samuel Bento e Claudinei Quirino. O Brasil ainda classificou-se no luge, com Renato Mizoguchi, mas o atleta sofreu um acidente no ano passado e não tem condições de disputar os Jogos Olímpicos.
Sem grande tradição nos Jogos de Inverno, até mesmo pelas condições climáticas, o Brasil havia participado apenas do esqui até Salt Lake City. Na edição passada, classificaram-se quatro esportes e este ano a novidade será o snowboard.
O melhor resultado já obtido pelo Brasil nos Jogos de Inverno foi o 27º lugar conquistado justamente pela equipe de bobsled em Salt Lake City. Na ocasião, os brasileiros competiam com um trenó de segunda mão. Desta vez, graças à Lei Agnelo/Piva de incentivo ao esporte, as modalidades contaram com verba federal e realizaram uma preparação melhor, tiveram a possibilidade de treinar no exterior e participar de competições internacionais.
“O aumento da verba foi fundamental, pois proporcionou a participação de nossos atletas em um número maior de competições internacionais. Um outro fator importante foi a aquisição de equipamentos de competição. Compramos novos trenós para nossas equipes”, afirmou Eric Maleson, presidente da CBDG (Confederação Brasileira de Desportos no Gelo) e capitão da equipe de bobsled.
A CBDN (Confederação Brasileira de Esportes na Neve) também investiu em preparação. “No cross country, tivemos três meninas disputando a vaga. No snowboard, montamos uma equipe com treinador, preparador físico, psicólogo e nutricionista para a Isabel, que está há dois anos praticamente direto na neve. No esqui alpino, a equipe também conta com serviços da melhor categoria. Foi uma superpreparação”, comemorou o presidente Stefano Arnhold.
Mesmo com todos estes benefícios, a participação brasileira nos Jogos de Inverno não deverá ser das mais empolgantes do ponto de vista dos resultados e os próprios dirigentes já ressaltam isso. “O objetivo para Turim é conseguir resultados entre os 20 melhores do mundo”, diz Maleson. É esperar para ver.Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.