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Coronavírus volta a avançar na região

Após queda na média móvel de casos e mortes, números sobem outra vez; especialista afirma que oscilação é esperada

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
05/09/2020 | 23:59
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Pixabay


A pandemia do novo coronavírus voltou a avançar na região após cinco semanas de retração na média móvel de casos e uma semana de baixa no número de mortes. Nos sete dias encerrados na quinta-feira, o Grande ABC registrou, em média, 465 diagnósticos e 16 falecimentos por dia, respectivamente 10,45% e 33,33% maiores do que no período exatamente anterior. O levantamento é do ABC Dados com base em informações divulgadas pelas prefeituras diariamente (veja mais detalhes nos gráficos ao lado).

Sônia Regina Pereira de Souza, epidemiologista e professora do curso de medicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), explicou que é normal haver oscilações do número de contaminados enquanto não houver controle da pandemia, o que só deve ocorrer efetivamente quando ao menos 70% da população estiver vacinada. A especialista lembra que para a vigilância epidemiológica definir diretrizes de enfrentamento, os técnicos consideram, além de outros fatores. as semanas epidemiológicas e não a média móvel.

“Duas semanas indicam se há padrão de estabilidade ou declínio. Porém, não quer dizer que não possa ter surto, como (aconteceu) na Alemanha, na França e na Espanha. Uma região pode estar (com a Covid-19) controlada e alguém que vem contaminado de fora pode iniciar nova propagação”, detalhou.

Outro exemplo é o que ocorreu nos Estados Unidos, onde o coronavírus entrou por Nova Iorque e foi controlado. Contudo, quando o vírus avançou para outros estados, os números de norte-americanos contaminados voltaram a crescer. O mesmo ocorre nas cidades onde as infecções estavam concentradas nas áreas centrais, a princípio, e, gradativamente, segue para os bairros mais afastados. “Pandemia avança no tempo e no espaço”, observou a epidemiologista da USCS.

Para Sônia, o eventual aumento de infecções ou falecimentos em determinada localidade não indica segunda onda de infecção, uma vez que ainda não há controle da doença, ou seja, ainda não passamos da primeira onda. Inclusive, a especialista lembra de cinco casos de reinfecção confirmados no mundo e outros sete que estão sendo investigados pelo Hospital das Clínicas da Capital.

NÚMEROS POR CIDADE
Em Santo André, a curva sobe e desce a cada sete dias desde a semana encerrada em 13 de agosto. Em relação aos casos, foram 158 confirmações por dia na última semana ante 128 nos sete dias anteriores – aumento de 2,34%. Já a média de óbitos saltou de três para cinco (66,66%) no mesmo período.

Situação parecida é enfrentada em Diadema, onde a oscilação na média de diagnósticos diários aumenta e diminui semanalmente – o número ficou em 47 comparado as 43 confirmações por dia computadas na semana anterior, ou seja, houve incremento de 9,3%. Já o indicador de óbitos foi de um para dois.

Em São Bernardo, foi a terceira semana consecutiva de aumento na média móvel de casos, que ficou em 197 na quinta-feira – 16,56% mais do que na semana anterior, quando o número ficou em 169. Já a quantidade de mortes confirmadas por dia voltou a crescer após duas semanas de redução: foram seis vítimas, duas a mais (50%) do que anteriormente.

Ribeirão Pires teve aumento de 42,85% na média móvel de infectados, indo de sete para dez. Contudo, o indicador de novas mortes permaneceu em zero.

Por outro lado, São Caetano registrou queda nas confirmações diárias de casos – de 18, número observado desde 20 de agosto, para 16 na última semana (-16,66%) – e continuou com cerca de um novo falecimento por dia, média observada por quatro semanas consecutivas.

Após pico na média móvel na semana que terminou no dia 20 de agosto, Mauá está com tendência de redução no diagnóstico da Covid-19, tendo média de 33 confirmações diárias ante 52 nos sete dias anteriores, ou seja, redução de (-36,53%). Já a quantidade de óbitos por dia segue estável em dois nos últimos 14 dias.

Rio Grande da Serra é a única das sete cidades com estabilidade na média diária de casos (quatro) e de mortes (zero). 




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