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Há 50 anos morria Humphrey Bogart, o bruto sedutor de Hollywood
Da AFP
14/01/2007 | 19:31
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Ele era meio baixinho, feio e falava com língua presa, mas meio século depois de sua morte, Humphrey Bogart continua sendo um mito do cinema, a encarnação do bruto sedutor.

Não estão previstos grandes eventos em memória do 50º aniversário de morte, neste domingo, de Bogart, falecido de câncer aos 57 anos. Funcionários do cemitério de Los Angeles, onde está enterrado o corpo do astro de Hollywood, não notaram nenhuma alteração no número de visitantes.

Mas a lenda daquele que possivelmente foi o mais querido ator da história de Hollywood continua viva, garantem especialistas do cinema. Seja como o entediado detetive particular Sam Spade em "Relíquia Macabra", de 1941, ou como o Rick, o cínico proprietário de restaurante de "Casablanca", 1942, o lugar de Bogart no panteão cinematográfico continua intocável.

"Não arrisco meu pescoço por ninguém", diz Bogart em ‘Casablanca’. Mas na verdade, seus personagens fizeram exatamente o contrário, sempre ameaçando decepcionar, mas fazendo a coisa certa no final.

E é por isso que legiões de cinéfilos declaram abertamente seu amor a este monstro sagrado do cinema. "Bogart é a personificação do homem que diz 'não arrisco meu pescoço por ninguém' e depois arrisca o pescoço por todos", explica Howard Suber, um especialista em cinema da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles).

Trata-se de um amor que parece não ter fim. Em 1999, o American Film Institute nomeou Bogart, que atuou em cerca de 75 filmes, o maior astro de todos os tempos. A revista Entertainment Weekly o intitulou o ícone número um de Hollywood.

Vários atores internacionais, do francês Jean-Paul Belmondo ao indiano Ashok Kumar, garantem terem sido influenciados pelo estilo de "Bogie".

Um feito pouco comum para um ator cujo físico estava longe das características clássicas dos protagonistas masculinos de sua época, e cujo rosto ficou parcialmente paralisado por um ferimento no lábio, sofrido quando estava na Marinha. Sua falta de atributos físicos fez dele um herói para gerações de homens que se identificavam com os papéis de homem tosco, mas ao mesmo tempo um vulnerável diamante em estado bruto, que ele interpretava.

No sucesso teatral e cinematográfico ‘Sonhos de um Sedutor’, (Play it again, Sam!, de 1972), o ator e diretor Woody Allen interpreta um cinéfilo ferido de amor que consegue dar a volta por cima com a ajuda de Bogart. "Certo, você não é alto e é um pouco feio, mas o que importa? Eu sou suficientemente baixo e suficientemente feio para fazer sucesso por mim mesmo", diz o personagem de Allen.

Em ‘Casablanca’, Rick falou diretamente a uma geração que lutava contra os efeitos da Segunda Guerra Mundial. "O segredo de 'Casablanca' é que estreou em uma época em que muita gente fazia sacrifícios românticos em suas próprias vidas", explica George Perry, co-escritor do livro-homenagem "Bogie - A Celebration of the Life and Films of Humphrey Bogart".

O ator nova-iorquino, nascido em 25 de dezembro de 1899, morreu em 14 de janeiro de 1957.



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