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Greve dos Correios deve se estender pelo menos até sábado

Na região, adesão é de 70% dos funcionários; categoria protesta contra a perda de direitos

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
19/08/2020 | 00:12
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Nario Barbosa/DGABC


A greve dos trabalhadores dos Correios, iniciada ontem, deve se estender pelo menos até sábado, dia 22, quando será feito um balanço da paralisação. No Grande ABC, cerca de 70% dos 1.200 funcionários (840) ficaram de braços cruzados. Houve piquete em frente ao centro de distribuição de Santo André. A suspensão das atividades é protesto à retirada de direitos, falta de medidas para proteger os funcionários em meio à pandemia do novo coronavírus e pela privatização da empresa.

De acordo com o Sintect (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo, Região Metropolitana de São Paulo e Zona Postal de Sorocaba), que abrange a região, os Correios entenderam que o acordo coletivo acabou em 1º de agosto e cancelaram 70 de 79 cláusulas da negociação coletiva da categoria. Não fosse isso, a campanha salarial seria realizada somente em 1º de agosto de 2021.

Carteiro que participou de piquete na Travessa Santo Amaro, bairro Jardim, e pediu sigilo, afirma que a greve é o último recurso. “Não reivindicamos aumento, temos sensibilidade e sabemos das dificuldades econômicas e sociais que o mundo enfrenta por conta da pandemia, porém, os Correios, enquanto serviço essencial, aumentaram sua demanda em mais de 25% e, agora, querem cortar 70 cláusulas do nosso acordo coletivo vigente”, lamenta.

“Inclusive, a empresa já cortou alguns benefícios, como auxílio para filhos com necessidades especiais e, ao mesmo tempo, aumentou a contribuição da mensalidade do convênio médico. Para se ter ideia, mais de 15 mil trabalhadores tiveram de sair do convênio porque não conseguiam arcar com o valor”, complementa o trabalhador. Além disso, a estatal também prevê redução do valor do vale-alimentação, de férias, de horas extras e de adicional noturno, segundo ele.

Para hoje está prevista carreata no Estádio do Pacaembu, na Capital, às 10h.

“A afirmação de que ‘os Correios não pretendem suprimir direitos’, e distorções grotescas da realidade, como a afirmação de que está ‘resguardando os vencimentos dos empregados’, o que é impossível, frente à realidade, que ela também negligencia, de que os trabalhadores dos Correios têm média salarial de R$ 1.700 e que os benefícios foram negociados como compensação aos baixos salários ao longo de décadas, sendo, portanto, complemento salarial”, repudia o diretor da Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios) Douglas Melo.

RESPOSTA

Questionados, os Correios informaram, por meio de nota, que a “paralisação parcial dos empregados, iniciada ontem (anteontem) pelas representações sindicais da categoria, não afeta os serviços de atendimento da estatal”. “Levantamento parcial mostra que 83% do efetivo total dos Correios no Brasil está trabalhando regularmente.”

Os Correios afirmam ainda que colocaram em prática medidas como o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões estão sendo adotadas. “A rede de atendimento está aberta em todo o País, assim como os serviços, inclusive Sedex e Pac. Para mais informações, os clientes podem entrar em contato pelo telefone 0800 725 0100 ou pelo endereço https://apps2.correios.com.br/faleconosco/app/index.php”, orienta a estatal. 




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