Quem paga aluguel residencial ou está em busca de um imóvel para morar deve ter notado que de junho para julho os valores estão mais altos, ao menos nas cidades de Santo André e São Bernardo, segundo o Índice FipeZap de Locação Residencial. E isso pode ser explicado pela maior demanda gerada em meio à pandemia do novo coronavírus, devido à busca do consumidor por preços menores.
Em São Bernardo, o reajuste foi de 0,49% em julho na variação mensal. No acumulado do ano já soma alta de 2,39%. O preço médio do aluguel por metro quadrado está em R$ 21,15, ou seja, um apartamento de 60 m² (metro quadrado) tem preço médio de R$ 1.269 ao mês para morar – isso sem contar o condomínio e custos adicionais.
Em Santo André, o aumento entre um mês e outro foi menor, de 0,06%, e de janeiro a julho soma reajuste de 1,74%. Apesar dos dados, a cidade tem o preço do metro quadrado ligeiramente mais caro do que em São Bernardo, de R$ 22,59, em média. Na cidade andreense, um apartamento de 60 m², portanto, custa por mês R$ 1.355,40 – R$ 86,40 a mais.
Por outro lado, o recorte da pesquisa também mostra que os dois municípios da região ainda possuem valor do metro quadrado de quase a metade do que o cobrado na Capital, onde paga-se R$ 40,90 ou R$ 2.454 mensais pelos mesmos 60 m² – R$ 1.185 a mais que em São Bernardo e R$ 1.269 mais que em Santo André – mesmo tendo apontado queda de 0,88% no mês passado.
“A explicação para a alta nos municípios do Grande ABC seria que há mesmo um êxodo do ‘centro’, ou seja, da Capital, para regiões com boa infraestrutura, mas, que, no entanto, são mais baratas para morar”, aponta Eduardo Zilberstein, coordenador do Índice FipeZap. Com a pandemia, muitas famílias tiveram queda na renda ou outras pessoas ficaram desempregadas. Diante desse aperto financeiro, o inquilino tem buscado melhores condições também no aluguel de imóveis, e com o aumento da procura, menor fica o volume de imóveis disponíveis e o preço sobe. Ou seja, provavelmente pessoas que alugavam imóvel na Capital por trabalharem lá, com base no atual cenário econômico, possivelmente migraram para cidades como Santo André e São Bernardo – o que pode ter sido impulsionado também pela disseminação do home office.
A região vai no sentido contrário da média no País. A variação do índice FipeZap ficou abaixo da inflação registrada tanto pelo IPCA (0,36%) quanto pelo IGP-M (+2,23%), resultando em queda real do preço médio do aluguel dos imóveis.
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